26/07/2018 - 13:10 - 14:40
CO3a - Saneamento, Saúde e Ambiente 1 |
23362 - LEPTOSPIROSE COMO INDICADOR DA QUALIDADE DO AMBIENTE URBANO
DANIELLE MOREIRA DE OLIVEIRA - UFBA, CLÁUDIA BACELAR BATISTA - UFBA, MARIA DE FÁTIMA DIZ FERNANDEZ - UFBA, ARTHUS TORRES DE SOUZA - UFBA, CAIUSCA GOMES UZEDA SILVA - UFBA
Apresentação/Introdução
Relacionada com baixos níveis socioeconômicos, o mapeamento da distribuição espacial da leptospirose possibilita avaliar os riscos em saúde, principalmente aqueles ligados com o meio ambiente e perfil socioeconômico da população, bem como compreender a vulnerabilidade correlacionada aos determinantes envolvidos.
Objetivos
Analisar a incidência e distribuição espacial da leptospirose e seu impacto na qualidade urbana e ambiental de Salvador - BA, na escala de bairro, no período de 2006 a 2015.
Metodologia
Trata-se de estudo ecológico, de caráter descritivo, utilizando indicadores da situação de saúde e de condições de vida, a fim de determinar a distribuição da doença e seus determinantes sociais, referente aos casos de leptospirose na escala de bairros de salvador – Bahia no período de 2006 a 2015. Tem como filtros as seguintes variáveis: bairro de residência, idade, sexo, raça e escolaridade. Consideraram-se todos os 1.418 casos confirmados de leptospirose onde foi possível o georreferenciamento. O padrão da distribuição espacial, endereço, renda média, cobertura de esgotamento sanitário e coleta de resíduos sólidos foram marcados no mapa cartográfico da cidade, dividida por bairros.
Resultados
Em 58,85% do total de notificações, a distribuição espacial mostrou uma maior incidência da doença e da mortalidade durante todo o período estudado em apenas 25 bairros com as mesmas características, a saber: bairros periféricos e com piores condições de vida, tais como população com renda menor que um salário mínimo, baixa escolaridade, cobertura precária de esgotamento sanitário e coleta inadequada de resíduos sólidos, retratando a vulnerabilidade coletiva e programática. Por sua vez, 36 bairros de classe média alta e alta (22,08% dos bairros da cidade) tiveram zero notificação.
Conclusões/Considerações
A espacialização dos casos de leptospirose em Salvador mostra políticas públicas incipientes e evidencia suscetibilidade do adoecimento, degradação do ambiente urbano, iniquidades em saúde, má distribuição de renda e saneamento básico inadequado. Revela pois retrato mais nítido da realidade, podendo servir de subsídio para as políticas de saúde e investimento mais racional dos recursos públicos.
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