28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC32f - Violências contra crianças e adolescentes |
22824 - VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM GOIÁS: UMA EMERGÊNCIA EM SAÚDE PÚBLICA MARIA DE FÁTIMA RODRIGUES - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE GOIÁS, NAZARETH ELIAS DA SILVA NASCIMENTO - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE GOIÁS
Apresentação/Introdução A violência contra crianças e adolescentes deve ser vista como uma questão de emergência em saúde pública devido às altas taxas de morbimortalidade e dos inúmeros prejuízos no desenvolvimento dessa população diante os graves danos físicos e emocionais causados, sobretudo pela violência intrafamiliar - que traz um impacto ainda mais devastador, pois o agressor é quem deveria assegurar sua proteção.
Objetivos Descrever o perfil epidemiológico das violências perpetradas contra crianças e adolescentes em Goiás, de 2011 a 2017 e categorizar os municípios segundo a qualidade do registro de notificações no Sistema de Informação de Notificação de Agravos.
Metodologia Estudo descritivo, de abordagem quantitativa, dos casos suspeitos e confirmados de violência doméstica, sexual e outras violências contra crianças e adolescentes, registrados no SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação - da Vigilância de Violência e Acidentes (VIVA) da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, localizada na região cento oeste do país. Foram analisadas 16.478 fichas de notificação de violência interpessoal/autoprovocada, dos municípios goianos notificantes no período de 01 de janeiro de 2011 a 04 de outubro de 2017, em ambos os sexos, na faixa etária de zero a 19 anos de idade. Idade de adolescente preconizada pela OMS- Organização Mundial de Saúde.
Resultados Dos 36.067 casos de violência interpessoal/autoprovocada que demandaram atendimento na Saúde em Goiás, cerca de 50% foram contra crianças e adolescentes. O sexo masculino foi mais frequente na faixa menor de 01 ano (52%) e entre 15 a 19 anos (53%). O sexo feminino apresentou maiores frequências na faixa de 01 a 14 anos (58%). Em relação à raça, a cor parda representou 48% das vítimas e a branca 26%. A violência mais frequente foi a física (56%), seguida de negligência (36%). A violência sexual teve maior registro na faixa etária de 10 a 14 anos (8%). A maioria dos registros de violência foi de ordem intrafamiliar (55%), sendo 35% praticada pelos pais. Houve reincidência em 26% dos casos.
Conclusões/Considerações O estudo contribuiu para afirmar que a violência contra crianças e adolescentes em Goiás constitui uma emergência em saúde pública, visto que o mesmo é representativo na faixa etária estudada, principalmente no ambiente doméstico e tem os pais como principais autores das agressões. Os casos notificados pelo setor saúde evidenciaram a gravidade das agressões e as possíveis sequelas físicas, psicológicas e comportamentais infanto-juvenil.
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