27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC32c - Violência urbana |
28717 - VIVÊNCIAS DE MEDO DA VIOLÊNCIA URBANA E O CUIDADO NA ATENÇÃO BÁSICA DE DUAS UNIDADES DE SAÚDE DE ITAGUAÍ –RJ CYNTHIA CONCEIÇÃO SCHMIDT CAMPANATI - ENSP, MARIA CECÍLIA DE SOUZA MINAYO - CLAVES, MIRIAM SCHENKER - UERJ
Apresentação/Introdução Pesquisa fruto do mestrado em Saúde Pública na subárea Violência e Saúde concebida a partir das questões da pesquisadora no seu campo de atuação. Estudo realizado no município de Itaguaí de junho a novembro de 2017. Buscou-se analisar os efeitos das vivências de medo da violência à saúde de forma a fomentar formas de atuação coerentes com a perspectiva preventiva da Atenção Básica.
Objetivos Analisar as fontes de referência sobre medo da violência e seu impacto na saúde; Investigar as vivências de medo da violência urbana de usuários e profissionais da atenção básica de Itaguaí e as formas de cuidado frente ao problema em pauta.
Metodologia Estudo de concepção teórico-metodológica compreensiva. Foram ouvidos um grupo variado de profissionais da atenção básica (maiores de 21 anos), homens e mulheres. Na abordagem da temática optou-se pelo uso da concepção de vivência por tratar-se da forma como as pessoas interpretam as experiências vividas. Utilizou-se a técnica da entrevista na sua forma semiestruturada como fonte de informações. Foi realizada uma análise de conteúdo temática em que os tópicos mais relevantes (Bardin, 1997) trazidos pelos participantes foram tratados, ordenados, classificados e confrontados com o material teórico já estudado ou com referências novas que se fizeram necessárias (Minayo, 2015).
Resultados Os resultados apontados são parciais, pois a dissertação ainda não foi defendida. As unidades de saúde abordadas trouxeram questões semelhantes. As vivências de medo dos profissionais e usuários referiram-se à violência comunitária do narcotráfico, às relações conjugais e às diferentes manifestações de violência institucional. A qualidade da atenção prestada pelos profissionais mostrou-se prejudicada pelos sentimentos de medo e insegurança, sobretudo no caso das Agentes Comunitárias de Saúde. Foi apontada pelos usuários a prática da medicalização frente às suas queixas de vivências da violência, reduzindo essas experiências aos sintomas decorrentes delas.
Conclusões/Considerações Conclui-se que a leitura do fenômeno social da violência e os seus efeitos à saúde estão presentes nas unidades abordadas e nas vidas das pessoas entrevistadas, mas as práticas profissionais e as demandas de tratamento para os casos de violência ainda encaminham-se sob lógica reducionista, silenciando conversas importantes e prejudicando o cuidado primário em saúde. O objetivo de fomentar esse espaço de discussão foi alcançado.
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