29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC32h - Violências nas escolas e estratégias de saúde na família |
25936 - VIOLÊNCIA E SAÚDE NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE MANGUINHOS: UMA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR MAYALU MATOS SILVA - FIOCRUZ, FERNANDA MENDES LAGES RIBEIRO - FIOCRUZ, ROSANE MARQUES DE SOUZA - FIOCRUZ, MIRIAM SCHENKER - FIOCRUZ, VERA FROSSARD - FIOCRUZ, MARIA CECÍLIA DE SOUZA MINAYO - FIOCRUZ
Apresentação/Introdução O projeto buscou compreender como o fenômeno da violência se apresenta nos serviços da Estratégia de Saúde da Família de Manguinhos, complexo de favelas do Rio de Janeiro. Visou também sensibilizar atores sociais do território sobre a importância do fortalecimento da rede de cuidado e proteção social e construir coletivamente propostas de intervenção no que tange a violência.
Objetivos •Realizar um diagnóstico local;
•Realizar Seminário para apresentar os resultados preliminares da pesquisa aos atores sociais do local;
•Elaborar guia informativo sobre violência, com contatos dos atores sociais da rede de cuidado e proteção social.
Metodologia Estudo de abordagem qualitativa com base na pesquisa-ação. A amostra para o diagnóstico (etapa 1) contou com 86 prontuários e 3 notificações compulsórias de violência, num intervalo de três meses de 2015. Foram realizadas 5 entrevistas e 4 grupos focais com trabalhadores da ESF e moradores. Para tratamento dos dados foi utilizada a análise de conteúdo temática. O Seminário (etapa 2) visou apresentar os resultados da pesquisa e estimular a elaboração de estratégias coletivas de enfrentamento às violências junto aos principais atores sociais da rede. A etapa seguinte (3) foi a elaboração de dois folders, contendo noções básicas sobre expressões da violência e os contatos dos atores da rede.
Resultados A violência comunitária se destacou: homicídios, conflito armado, tráfico ostensivo e ação violenta da polícia. Tal violência impacta a vida da população e trabalhadores e o funcionamento dos serviços do local provocando sofrimento mental, afastamento do trabalho, pressão e glicose altas e vivência de situações de pânico pela percepção do inerente risco à vida. Outro resultado é a precariedade do registro das informações sobre violência, sobretudo da notificação compulsória. A incerteza e a precariedade do funcionamento da rede é também uma limitação apresentada pelos trabalhadores para que as notificações sejam feitas e um fator de sofrimento pela dificuldade de encaminhamento dos casos.
Conclusões/Considerações A magnitude dos impactos da violência armada na saúde tem pouca visibilidade nos registros de informação do serviço. Visibilizar esses agravos é um desafio para fortalecer as políticas públicas de enfrentamento. Nesse sentido, é central a discussão do modelo de segurança pública atual, balizado na chamada guerra às drogas, que vem trazendo consequências nefastas para a sociedade. A garantia do direito à vida é ainda uma luta a ser conquistada.
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