27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO32f - Prevenção e vigilância de violências contra idosos |
28588 - LIMITES E POSSIBILIDADES DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES EM UMA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA AGATHA ALVES DA SILVA - UFRJ, LILIA GUIMARÃES POUGY - UFRJ
Apresentação/Introdução A violência de gênero é um fenômeno complexo que fere os Direitos Humanos das mulheres gerando impactos as suas condições de vida e saúde. Para o enfrentamento e prevenção, a notificação compulsória de violências torna-se um importante instrumento epidemiológico de acompanhamento dos casos, contribuindo com políticas públicas para promoção e prevenção deste tipo de violência.
Objetivos O estudo tem como objeto as experiências dos profissionais de saúde acerca da notificação compulsória dos casos de violência contra as mulheres. Buscou identificar os limites e possibilidades de trabalho acerca do processo de notificação.
Metodologia Foi utilizada no estudo a metodologia da pesquisa qualitativa e a coleta de dados se realizou por meio de levantamento dos dados de notificações de violência contra as mulheres realizadas no Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no período de 2009 a 2016; análise documental de registros de cursos ou instrutivos oferecidos aos profissionais de saúde da instituição sobre a notificação compulsória das violências; e realização de entrevistas semiestruturadas com nove profissionais de saúde, dentre eles três assistentes sociais, três psicólogos e três enfermeiros atuantes em seis setores da instituição.
Resultados Os resultados das entrevistas semiestruturadas realizadas apontam a fragilidade na identificação desta violência decorrente da abordagem limitada sobre a temática durante os atendimentos bem como o desconhecimento parcial dos participantes sobre a Política Nacional de Enfrentamento a Violência contra às Mulheres; Dos nove entrevistados, quatro afirmaram nunca ter realizado uma notificação de violência; No tocante aos dados gerais de notificação de violência contra as mulheres na instituição, verificou-se que de 2009 a 2016 foram realizadas apenas cinco notificações, menos de uma notificação por ano.
Conclusões/Considerações Levando em consideração o fato do instituto ser uma referência regional de assistência à saúde, além de ser um centro de ensino e possuir um Programa de Residência em Saúde da Mulher, considera-se fundamental o investimento na formação continuada destes profissionais na temática da violência de gênero e políticas púbicas, promovendo maior sensibilização sobre o fenômeno que é um dos determinantes do processo saúde-doença das mulheres no Brasil.
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