27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO32f - Prevenção e vigilância de violências contra idosos |
27889 - A FORMAÇÃO EM SAÚDE COMO PRODUTORA E REPRODUTORA DE VIOLÊNCIAS: DIÁLOGOS TRANSVERSAIS E TRANSDISCIPLINARES COM/SOBRE A UTOPIA DA CULTURA DE PAZ CLÁUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO - UFFS, MARTA LENISE DO PRADO - UFSC/PEN
Apresentação/Introdução A universidade e a formação em saúde têm se distanciado do seu papel primordial quanto à formação cidadã e de profissionais crítico-reflexivos e criativos, basal à instrumentalização profissional em si. Com modelos de educação geralmente conteudistas e disciplinares, salvo experiências pulverizadas, não se consegue problematizar a realidade frente à complexidade de fenômenos como a violência.
Objetivos Compreender como graduandos(as) em saúde, em espaço dialógico, significam a relação entre as violências e o seu processo de formação inicial, e ressignificam caminhos que sugerem mudança.
Metodologia Trata-se de um estudo qualitativo, de abordagem participativa, baseando-se transversalmente nos pressupostos educativos de Paulo Freire e que, metodologicamente, se inspira nos Círculos de Cultura, propostos pelo mesmo educador, aqui utilizado como itinerário de pesquisa. Foram realizados cinco encontros, com duração média de três horas cada um, e participação de vinte e três graduandos de sete cursos diferentes da área de saúde, vinculados(as) a três instituições de ensino superior do oeste catarinense. A investigação temática iniciou após deferimento ético pelo CEPSH UFSC. A análise foi realizada a partir de Freire e de textos sintonizados à compreensão Freireana para as violências.
Resultados Os(as) graduandos(as) significam a sua formação em saúde e as relações de ensinar e aprender como produtoras e reprodutoras de violências, apontando que a aprendizagem, quando ocorre, se constrói individualmente pela própria vivência de violências ou pelas demandas em experiências de campo. Ressignificam que pouco importa a forma ou conteúdo da inserção desse “tema” na formação, desde que haja mudança nas relações entre os sujeitos que ensinam e aprendem dialogicamente, para construção de saberes visando não só o enfrentamento de violências, mas sobretudo o estímulo à uma cultura de paz, a ser compreendida na graduação em saúde de modo transversal e transdisciplinar.
Conclusões/Considerações Por conseguinte, relações violentas sinalizam uma naturalização do sofrimento para “crescimento” profissional, e um adoecimento nos processos de ensinar e aprender que repercutem no cerceamento da pluralidade de saberes, elementar para amadurecimento dos graduandos(as) e consolidação dos espaços acadêmicos como efetivamente democráticos e participativos.
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