26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO32c - Violência doméstica e sexual contra mulheres |
23583 - ITINERÁRIOS TERAPÊUTICOS DAS MULHERES RURAIS QUE SOFREM VIOLÊNCIA KATIÊ PAULA CAUMO - UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ – UNOCHAPECÓ., REGINA YOSHIE MATSUE - UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ – UNOCHAPECÓ
Apresentação/Introdução Alguns estudos apontam que há grupos de mulheres que são mais vulneráveis à violência, entre essas, encontra-se as mulheres residentes do meio rural. Devido ao contexto de exclusão e isolamento que as situam em territórios distantes dos grandes centros e, consequentemente, dos recursos sociais, políticos e comunitários, essas mulheres são privadas de mecanismo de proteção.
Objetivos Tenciona-se realizar uma pesquisa etnográfica sobre os itinerários terapêuticos de mulheres rurais que sofrem violência em uma cidade do oeste catarinense.
Metodologia A pesquisa é qualitativa e está baseada no método etnográfico. A opção pela investigação etnográfica se deve por sua relevância e atualidade nas pesquisas em saúde. A etnografia emprega um tipo particular de esforço intelectual que se descreve como uma descrição densa. Esta descrição será obtida por meio de imersão na vida diária do grupo de mulheres pesquisado. A pesquisa de campo será desenvolvida no município de Chapecó, localizada no Oeste Catarinense. A escolha do município se justifica pelo fato de Chapecó, dentre o estado de Santa Catarina, ocupar o 3º lugar no ranking das cidades mais violentas para as mulheres. O fechamento amostral se dará por saturação.
Resultados Os resultados preliminares apontam que além da questão cultural, a dificuldade de acesso aos serviços e apoio contribuem para a vulnerabilidade das mulheres rurais. Nesse meio, os agressores possuem mais facilidade para colocá-las em situação de cárcere, de separá-las do grupo familiar, de amigos e vizinhos, dos quais poderiam encontrar apoio. Assim, a violência é naturalizada na vida dessas mulheres. Outro elemento identificado é a limitação da rede de atendimento, sinalizando lacunas na articulação intersetorial e a falta de capacitação profissional. Nessas circunstâncias, quando as mulheres rurais chegam ao serviço, acabam construindo seus caminhos particulares de cuidados terapêuticos.
Conclusões/Considerações As mulheres rurais que sofrem violência fazem parte de um grupo que não chegam sequer às estatísticas, devido a inserção num contexto de anonimato e invisibilidade e sem acesso às redes de apoio. Nota-se que o serviços públicos, não estão atentos à vulnerabilidade dessas mulheres evidenciado pela ausência de informações oficiais. Portanto, é necessário estimular ações voltadas ao campo da saúde, bem como, criar mecanismos de proteção eficazes.
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