27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO32e - Mortes por causas externas |
21820 - HOMICÍDIOS EM HOMENS NOS ESTADOS DA REGIÃO NORDESTE: ANÁLISE DO EFEITO DA IDADE-PERÍODO E COORTE DE NASCIMENTO LAIANE FELIX BORGES - UFRN, JULIANO DOS SANTOS - INCA, TAYNÃNA CÉSAR SIMÕES - IPQRR-FIOCRUZ DE MINAS GERAIS, KARINA CARDOSO MEIRA - UFRN
Apresentação/Introdução Os homicídios em homens são a principal causa de óbito em adultos jovens nos dias atuais, tendo apresentado aumento expressivo nos estados da região Nordeste, na última década. Essa realidade é multifatorial, tendo como alguns determinantes a desigualdade social, o tráfico de drogas, grande circulação de armas de fogo, o uso abusivo de álcool e falhas na política de segurança pública.
Objetivos Analisar a influência dos efeitos de idade, período e coorte de nascimento (APC) na tendência temporal das taxas de homicídio em homens, na faixa etária de 15-19 a 80 e mais anos, nos estados da região Nordeste, no período de 1980 a 2014.
Metodologia Trata-se de um estudo ecológico de tendência temporal, cujas unidades de análise foram os estados da região Nordeste. Extraíram-se os registros de óbitos por agressão, evento cuja intenção é indeterminada (ECI) do Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM/DATASUS). Os dados populacionais foram obtidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A análise da tendência da mortalidade por agressão e evento cuja intenção é indeterminada foi feita utilizando variação percentual anual estimada (EAPC) e modelos probabilísticos para estimação dos efeitos temporais ( APC) através de funções estimáveis, no software estatístico R.
Resultados A taxa de mortalidade média na região Nordeste foi de 58,68 óbitos por 100.000 homens, no período de estudo. As maiores taxas observadas ocorreram nos estados de Alagoas (157,74), Pernambuco (109,58) e Sergipe (57,37), e as menores no Maranhão (36,29) e Piauí (23,57). Nas faixas etárias de 30 a 34 anos verificou-se as maiores taxas de mortalidade, e houve aumento do risco de morte em todos os estados no período de 2010 a 2014, com exceção de Pernambuco (RR=0,51; IC95% 0,49-0,52) e Sergipe (RR=0,81; IC95% 0,76-0,87). Verificou-se ainda, aumento progressivo do risco de morte por homicídio em todos os estados da região Nordeste, em homens nascidos após a década de 1960.
Conclusões/Considerações Este estudo evidencia a importância de se considerar a influência de diferentes gerações na evolução das taxas de homicídio, além de apontar a necessidade de se rever as políticas e estratégias vigentes de enfrentamento à violência, principalmente urbana. A redução da mortalidade nesse grupo de causas depende da atuação em medidas que considerem as desigualdades sociais e ações de cidadania baseadas na justiça social.
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