Comunicações Orais

28/07/2018 - 14:30 - 16:00
CO32g - Serviços de atenção à violência

26143 - A MORTE QUE SALVA VIDAS: COMPLEXIDADES DO CUIDADO MÉDICO AO PACIENTE COM SUSPEITA DE MORTE ENCEFÁLICA
JANAÍNA DE SOUZA AREDES - NÚCLEO DE ESTUDOS EM SAÚDE PÚBLICA E ENVELHECIMENTO DO INSTITUTO RENÉ RACHOU, FIOCRUZ MINAS, KARLA CRISTINA GIACOMIN - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, PREFEITURA DE BELO HORIZONTE, JOSÉLIA OLIVEIRA ARAÚJO FIRMO - NÚCLEO DE ESTUDOS EM SAÚDE PÚBLICA E ENVELHECIMENTO DO INSTITUTO RENÉ RACHOU, FIOCRUZ MINAS


Apresentação/Introdução
Eventos provocados por causas externas assumem expressiva relevância nas internações hospitalares do SUS. Por sua vez, o atendimento pré e per-hospitalar favorece o cuidado médico e a sobrevivência de pacientes graves vítimas de violência. Alguns evoluem para uma morte encefálica, condição que os tornam potenciais doadores de órgãos que podem viabilizar a preservação da vida de outras pessoas.


Objetivos
O objetivo do presente trabalho é compreender como os profissionais médicos do maior pronto atendimento de uma metrópole brasileira orientam o cuidado aos pacientes graves potenciais doadores de órgãos.


Metodologia
Trata-se de um estudo etnográfico, desenvolvido em um hospital de pronto atendimento, referência em trauma na América Latina, situado no hipercentro da cidade de Belo Horizonte/MG. A instituição, de modo pioneiro no Brasil, possui um setor específico para onde são encaminhados os pacientes com suspeita de morte encefálica: o Serviço de Apoio à Vida (SAV).
O trabalho de campo foi realizado durante 9 meses, baseado em observações empíricas e entrevistas semiestruturadas junto a 43 médicos plantonistas - 25 homens e 18 mulheres, entre 28 e 69 anos - que atuavam em setores destinados ao paciente grave.
A análise dos dados foi êmica, orientada pelo modelo de “signos, significados e ações”.



Resultados
À etnografia, emergiu o processo de cuidado médico no SAV que contempla: terapia intensiva ao potencial doador; realização do protocolo de constatação da morte encefálica e comunicação do fato à família do paciente. Nesse último caso, a interlocução perpassa o contexto sociocultural – atravessado por aspectos religiosos e de configurações específicas a cada cultura; o contexto de Pronto Atendimento – perfil institucional do serviço e as ambivalências na definição da morte encefálica.
Ficou claro que as funções do SAV ultrapassam questões meramente normativas e adentram uma complexidade de elementos que não são passíveis de uma delimitação estanque e linear.



Conclusões/Considerações
O processo de cuidado no SAV evidenciou o papel do médico enquanto mediador de uma miríade de elementos e tensões imbricados. Entre a constatação e a comunicação da morte encefálica emergem percepções ambivalentes dos profissionais e dos familiares. A tênue definição do que seja a vida e a morte tangencia toda a atuação médica no Pronto Atendimento, com implicações diretas no cuidado ao paciente/potencial doador e aos familiares.

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