28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO32g - Serviços de atenção à violência |
23859 - A VIOLÊNCIA E O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR: COMO GARANTIR A ACESSIBILIDADE DA POPULAÇÃO SEM COMPROMETER A SEGURANÇA DA EQUIPE INTERVENCIONISTA? CARLA CATHARINE CHAVES NASCIMENTO - UFBA, MARIA DO CARMO SOARES DE FREITAS - UFBA, LAURO ANTONIO PORTO - UFBA
Apresentação/Introdução O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) compõe a Rede de Atenção às Urgências do Sistema Único de Saúde. Visa socorrer precocemente pessoa com agravo à saúde que possa levar a sofrimento, sequela ou morte. Violência urbana é um dos principais motivos de demanda de atendimento e empecilho ao acesso da equipe do SAMU à vítima em locais de conflitos, com impedimento de atuação e agressões.
Objetivos Descrever os principais mecanismos utilizados para garantir a acessibilidade do SAMU à população sem comprometer a segurança da equipe intervencionista.
Identificar os principais motivos de agressão à equipe de saúde do SAMU.
Metodologia Estudo de campo, exploratório, descritivo com abordagem qualitativa, recortado do projeto de mestrado da autora principal sobre vivências e enfrentamentos dos enfermeiros que atuam no atendimento pré-hospitalar móvel, organização do trabalho e sua saúde. A coleta de dados ocorreu em três etapas: questionário eletrônico, entrevista narrativa obedecendo à técnica de saturação dos achados e observação assistemática. Os dados foram explorados à luz da análise do discurso. Foram incluídos todos os enfermeiros do SAMU de Salvador, Bahia, que laboram em escala de turno de 24h executando atividades fins da Instituição e excluídos os que estavam em gozo de licença médica ou maternidade.
Resultados Em áreas de conflitos sociais, os profissionais do SAMU têm sido impedidos de atuar e, quando acessam as cenas, são mantidos em situações análogas a cárcere privado e ameaçados com arma de fogo. As principais causas são o desconhecimento da população sobre o funcionamento do serviço, confundimento com policiais e atendimento no momento de atuação do narcotráfico. O apoio policial na cena não tem sido suficiente para garantir a segurança. Como estratégia, realizam procedimentos para que os “olheiros” os identifiquem como equipe de saúde. A presença do enfermeiro no Centro de Operações e Inteligência de Segurança Pública (COI) foi de grande valia para a segurança, mas só durou dois meses.
Conclusões/Considerações A acessibilidade da população ao atendimento de saúde pelas unidades móveis está comprometida em áreas de conflitos sociais e as equipes de intervenção do SAMU estão constantemente sendo expostas à violência urbana. Além das medidas implantadas, sugere-se como estratégias: o retorno do enfermeiro para o COI, uma vez que foi uma estratégia que demonstrou eficácia, associado a diálogo do serviço com as lideranças comunitárias.
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