27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO32d - Juventude e vulnerabilidades |
27335 - CONDIÇÕES DE SAÚDE DE JOVENS CUMPRINDO MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS EM PRIVAÇÃO DE LIBERDADE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PATRICIA CONSTANTINO - CLAVES/ENSP/FIOCRUZ, SIMONE GONÇALVES DE ASSIS - IFF-CLAVES/FIOCRUZ, FERNANDA MENDES LAGES - CLAVES/ENSP/FIOCRUZ, FERNANDA SERPELONI - IFF-CLAVES/FIOCRUZ, LIANA WERNERSBACH PINTO - CLAVES/ENSP/FIOCRUZ, SUELY DESLANDES - IFF-CLAVES/FIOCRUZ, DÉBORA STEPHANIE RIBEIRO - MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E GESTÃO, NILO TERRAS AREAS NETO - IFF-CLAVES/FIOCRUZ, RODOLFO BRANDÃO - CLAVES/FIOCRUZ, VALERIA DA ROCHA PEDRO - CLAVES/ENSP/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução A população de adolescentes cumprindo medidas socioeducativas vem aumentado nos últimos anos. Sabe-se que as condições de confinamento a que estão sujeitos os jovens em conflito com a lei são agravantes para seu bem-estar físico e mental. No entanto, o acesso a serviços de saúde do SUS para essa população é extremamente problemática, assim como o atendimento nas unidades.
Objetivos O presente estudo teve por objetivo investigar as condições de saúde de adolescentes em conflito com a lei cumprindo medidas socioeducativas no Estado do Rio de Janeiro, aprofundando as dificuldades de acesso às ações e serviços de saúde do SUS.
Metodologia A metodologia baseou-se na triangulação metodológica por meio da realização de abordagem qualitativa e quantitativa: a) quantitativa-inquérito de saúde e qualidade de vida dos adolescentes, seus hábitos de vida e uso de serviços de saúde. Incluiu dados socioeconômicos, sociodemográficos, qualidade de vida na instituição, saúde física/psicológica e usos de serviços de saúde; b) qualitativa-entrevistas com adolescentes e profissionais das instituições socioeducativas, buscou mapear a representação do jovem/profissional acerca da saúde física e mental e possibilitar a avaliação sobre o atendimento aos problemas de saúde oferecidos pela Unidade de internação, SUS e dificuldades encontradas.
Resultados Foram preenchidos por adolescentes 984 questionários e feitas 43 entrevistas com adolescentes, gestores, profissionais da saúde e agentes socioeducativos, em seis unidades. A maioria dos adolescentes tinha entre 15 e 17 anos, 89,1% o ensino fundamental e 36,9% havia recebido outra medida de internação. Suas condições de vulnerabilidade são evidentes pelos fatores sociodemograficos, socioeconômicos, condições e qualidade de vida nas instituições e há falta de acesso aos serviços de saúde. Grande parte relata piora nas condições de saúde após internação, incluindo sofrimento psíquico e físico, o que é agravado pela dificuldade de acesso à saúde.
Conclusões/Considerações Conhecer o perfil de agravos à saúde de jovens internos e as dificuldades no acesso aos serviços de saúde é fundamental para a formulação de dispositivos comunicacionais e institucionais que objetivem a garantia de atendimento e continuidade de tratamento. A capacitação de profissionais do SUS e do sistema socioeducativo é um desafio necessário, visando o melhor atendimento de adolescentes em tamanho grau de vulnerabilidade institucional.
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