26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO32a - Violência, Gênero e Sexualidade |
26568 - VIOLÊNCIA DE NEGLIGÊNCIA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: COMPREENDENDO O FENÔMENO PARA MELHORAR A ABORDAGEM NO CUIDADO E PROTEÇÃO CARLOS ALBERTO AVANCINI DE ALMEIDA - SMS CAMPINAS, NAOKO YANAGIZAWA JARDIM DA SILVEIRA - SMS CAMPINAS, VERÔNICA GOMES DE ALENCAR DE LIMA E MOURA - SMS CAMPINAS, FÁTIMA FRAGA DE CAMPOS BERTUZZI - SMS CAMPINAS, MARIA ANGÉLICA BOSSOLANI BATISTA - SMASDDH CAMPINAS, ELZA FRATINI MONTALLI - SMASDDH CAMPINAS, VANESSA FERRAZ SUZUKI BANHESSE - CAISM UNICAMP
Apresentação/Introdução A Notificação de Violências de Campinas é realizada pelos profissionais da rede de atendimento na Saúde e na Assistência Social desde 2005 e Boletins anuais são publicados desde então. Para a edição nº 11 do Boletim, foi analisada a violência por negligência que vem intrigando os profissionais da área tanto na concepção “omissão de cuidados” como sendo a “mãe”, a autora mais frequente.
Objetivos Compreender melhor o fenômeno da violência por negligência em crianças e adolescentes (0 a 17 anos) buscando elementos na própria ficha do sistema de notificação de violências (SISNOV) para obter mais informações a respeito dessa violência.
Metodologia A partir do banco do SISNOV do município foi feito uma breve descrição da violência por negligência notificada em crianças e adolescentes de 2013 a 2016 e feito uma análise mais detalhada para dados de negligência de 2016, na mesma fase de vida.
Além de levantar a violência de negligência como um tipo de violência, foi feito uma busca de informações, no campo observações adicionais, que é um campo texto de preenchimento livre, para aprofundar um pouco mais sobre a descrição desta negligência. Após esta verificação, foi feito uma classificação dos tipos de negligência e agrupado conforme categorias.
Resultados Foram notificados 1228 casos de negligência no grupo etário de 0 a 17 anos, no período de 2013 a 2016: 54,8% no sexo masculino, 74,2% de 0 a 11 anos, 5,6% apresentaram alguma deficiência/transtorno e 9,2% com violências concomitantes (violências físicas e psicológicas).
Em 2016, das 524 negligências , 318 (73%) notificações tinham o campo “Observações adicionais” preenchido o que permitiu a classificação das categorias. Em 114 (35,8%) foram agrupadas como acidente doméstico, 45 casos (14,2%) como omissão no cuidado de saúde e 15 casos de mendicância (4,7%).
Quanto a autoria da negligência: Mãe com 52,8% das notificações, Os Pais com 33% das notificações e Pai em apenas 5,6% das notificações.
Conclusões/Considerações Existe dificuldade em separar a negligência como omissão intencional daquela decorrente do contexto familiar/social. Dados do IBGE revelam que 40,5% dos domicílios é liderado por mulheres o que pode auxiliar na compreensão da mãe como principal autora. A avaliação caso a caso pode contribuir na adequação dos cuidados na rede intersetorial a favor da proteção da criança ou adolescente, independente da responsabilização dos pais ou responsáveis.
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