28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC32d - Notificação e vigilância da violência |
28285 - PREVALÊNCIA DE VIOLÊNCIA NO CONTEXTO DE TRABALHO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NA REGIÃO SUL DO RIO GRANDE DO SUL MARIANA DIAS DE ALMEIDA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, LAÍNE BERTINETTI ALDRIGUI - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, SONIA REGINA DA COSTA LAPISCHIES - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, PALOMA SOUSA LORENZATO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, VANDA MARIA DA ROSA JARDIM - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, CARLOS DOS SANTOS TREICHEL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINAS, CAROLINE ROCHA BATISTA BARCELLOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
Apresentação/Introdução A consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) oportunizou a reorganização da atenção em saúde. A Estratégia de saúde da família (ESF) visa o vínculo longitudinal da equipe de saúde com a população. Esse elo sucede-se através do Agente Comunitário de Saúde (ACS) que atua tanto com a equipe de saúde quanto no território, o que torna-o vulnerável a violência presente no ambiente social.
Objetivos Estimar a prevalência de violência no contexto de trabalho dos agentes comunitários de saúde da região sul do Rio Grande do Sul conforme dados demográficos e condições de trabalho.
Metodologia Este trabalho é um recorte da pesquisa “Processo de trabalho e seus impactos na condição de saúde de ACS na região sul do Rio Grande do Sul”. Realizou-se um estudo transversal com 599 ACS de 21 municípios que integram a 21ª Região de saúde do Rio Grande do Sul. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética (51684015.1.0000.5316) e os dados foram colhidos entre março/2016 a abril/2017. Avaliou-se como questão desfecho: “Situação de violência no contexto do trabalho”. As variáveis independentes analisadas foram: sexo, idade, região da UBS; tamanho do município, tempo que reside no local; tempo de trabalha como ACS; mudança nas condições de trabalho e interesse em mudar de profissão.
Resultados Entre os participantes deste estudo, 87,48% são do sexo feminino, 75,13% cor branca.
A prevalência de situações de violência no contexto de trabalho ocorreu em 34,9% (n=208) dos ACS. A análise bivariada indicou maior enfrentamento de violência em Unidades Básicas de Saúde (UBS) de região urbana (p=0.005), de municípios com mais de 100 mil habitantes (p=0.001), com trabalhadores que residem a menos tempo no local (p=0.03), que trabalham a menos tempo como ACS (p=0.021), em ambientes nos quais houve piora nas condições de trabalho (p=0.000) e com maior interesse dos trabalhadores em mudar de profissão (p=0.021). Sexo e idade não apresentaram diferença significativa entre estratos.
Conclusões/Considerações Por se tratar de um fenômeno complexo por vezes relacionado com questões sócio culturais e econômicas, a violência caracteriza-se como um problema de saúde pública. Promover melhor inserção do ACS e realizar capacitações para enfrentamento da vulnerabilidade especifica do território são investimentos a serem feitos pela rede de saúde visando a qualidade de vida do profissional consequentemente fortalecendo o vínculo ACS-equipe-comunidade.
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