28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC32d - Notificação e vigilância da violência |
28114 - VIOLÊNCIAS CONTRA AS POPULAÇÕES RESIDENTES EM ZONAS RURAIS BRASILEIRAS: INFORMAÇÃO PARA AÇÃO VINÍCIUS OLIVEIRA DE MOURA PEREIRA - MINISTÉRIO DA SAÚDE; UNB, ISABELLA VITRAL PINTO - MINISTÉRIO DA SAÚDE, CHEILA MARINA DE LIMA - MINISTÉRIO DA SAÚDE, DAILA NINA FREIRE - MINISTÉRIO DA SAÚDE, MARIANA GONÇALVES DE FREITAS - MINISTÉRIO DA SAÚDE, RAYONE MOREIRA COSTA - MINISTÉRIO DA SAÚDE, RENATA SAKAI DE BARROS CORREIA - MINISTÉRIO DA SAÚDE, MARTA ROBERTA SANTANA COELHO - MINISTÉRIO DA SAÚDE, CHRISTOPHER WILLIAM FAGG - UNB
Apresentação/Introdução Dentre as iniquidades que atingem as populações residentes nas áreas rurais brasileiras, como a dificuldade de acesso a serviços de saúde, de educação e os conflitos territoriais, merecem destaque as violências. São necessárias, portanto, avaliações sobre a violência em zonas rurais brasileiras que possam subsidiar a construção e o aprimoramento de políticas públicas orientadas a essas populações.
Objetivos Descrever as características das vítimas de violências notificadas pelos serviços de saúde, residentes em zonas rurais do Brasil, bem como caracterizar as violências.
Metodologia Trata-se de um estudo transversal, descritivo, das notificações de violências interpessoais e autoprovocadas contra pessoas residentes de zonas rurais brasileiras no período de 2011 a 2017. Foram utilizados dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) – componente contínuo do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva).
As seguintes variáveis foram analisadas: local de residência, sexo, raça/cor, faixa etária, local de ocorrência, vínculo com agressor e tipos de violência.
Para a análise dos dados foi utilizado o programa SPSS® versão 20.
Resultados Foram registradas 1.460.326 notificações de violência. Desse total, 113.626 (8,0%) correspondem a vítimas residentes em zona rural, dentre as quais 65,6% eram mulheres, 49,6% eram negras (pardas e pretas), 35,8% adultos jovens (20 a 39 anos) e 26,7% adolescentes (10 a 19).
Foi observado que 58,4% das violências ocorreram na residência, demonstrando um caráter íntimo e relacional das ocorrências, e em 42,6% o agressor tinha vínculo intrafamiliar com a vítima.
Quando avaliados os tipos de violência, verificou-se que as maiores prevalências foram de violência física (50,1%), psicológica (21,2%) e sexual (10,8%). Com relação às 14.864 notificações de violência sexual, 71,4% foram estupro.
Conclusões/Considerações Espera-se com este trabalho contribuir no subsídio a políticas e ações intersetoriais de enfrentamento ao problema das violências em zonas rurais brasileiras e para futuras análises de fatores associados à ocorrência dessas violências. Um grande desafio será dar visibilidade ao problema, ampliando a notificação desses eventos para municípios de pequeno porte. Será relevante o delineamento de estratégias coletivas e de dimensão intersetorial.
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