27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC32a - Violência contra a mulher |
27996 - FATORES RELACIONADOS À OCORRÊNCIA DE ESTUPRO EM VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR NOTIFICADAS NO SINAN ISABELLA VITRAL PINTO - MINISTÉRIO DA SAÚDE, MARIANA GONÇALVES DE FREITAS - MINISTÉRIO DA SAÚDE, CHEILA MARINA DE LIMA - MINISTÉRIO DA SAÚDE, RAYONE MOREIRA COSTA - MINISTÉRIO DA SAÚDE, DAILA NINA FREIRE - MINISTÉRIO DA SAÚDE, RENATA SAKAI DE BARROS - MINISTÉRIO DA SAÚDE, VINÍCIUS OLIVEIRA DE MOURA PEREIRA - MINISTÉRIO DA SAÚDE, CAMILA ALVES BAHIA - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA ENSP/FIOCRUZ, MARIA DE FÁTIMA MARINHO DE SOUZA - MINISTÉRIO DA SAÚDE
Apresentação/Introdução As violências intrafamiliares e sexuais contra vítimas atendidas nos serviços de saúde são de notificação obrigatória no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Esses eventos estão relacionados às estruturas de poder assimétricas e aos papéis de gênero dominantes e sua identificação deve mobilizar atores intra e intersetoriais para o enfrentamento do problema.
Objetivos Identificar fatores relacionados à ocorrência de estupro comparando suas frequências entre vítimas de violência intrafamiliar em diferentes ciclos de vida, notificadas nos serviços de saúde.
Metodologia Estudo transversal a partir dos dados de notificação de violência no SINAN, no período de 2011 a 2017. Foram selecionados os casos cujo agressor tinha vínculo intrafamiliar, apresentados em ciclos de vida: criança (0 a 09 anos); adolescente (10 a 19 anos); adulto (20 a 59 anos); e idoso (60 anos ou mais). A ocorrência de estupro foi analisada com as variáveis independentes: sexo, raça/cor, presença de deficiência/transtorno, zona de residência, local de ocorrência, sexo do autor, suspeita de uso de álcool pelo agressor e ocorrência anterior da violência. Foram analisadas as diferenças observadas por meio do teste qui-quadrado a um nível de significância de 5% no programa SPSS® versão 22.
Resultados No período de 2011 a 2017 foram notificados 1.460.326 casos de violência, sendo que em 629.776 (43,1%) o agressor tinha vínculo intrafamiliar com a vítima. Considerando somente esses casos, observa-se que 21,2% das vítimas eram crianças, 20,0% adolescentes, 53,0% adultos e 5,7% idosos. Em 6,4% dos casos (40.177) houve ocorrência de estupro. A comparação das frequências de todas as variáveis estudadas entre o grupo de vítimas de estupro e o grupo de vítimas de outras violências mostrou diferenças estatisticamente significantes (p<0,05) em crianças, adolescentes e adultos. Nos idosos, raça/cor, deficiência/transtorno e zona de residência não mostraram diferenças estatisticamente significantes.
Conclusões/Considerações Nos casos de violência intrafamiliar, em todos os ciclos de vida, sexo, local de ocorrência, sexo do autor, suspeita de uso de álcool e ocorrência anterior estão relacionadas à notificação de estupro. As variáveis raça, deficiência e zona apresentaram relação significante para crianças, adolescentes e adultos. Faz-se necessário a qualificação da rede de atendimento às vítimas para maior efetividade na interrupção desse ciclo de violência crônica.
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