Roda de Conversa

06/11/2024 - 08:30 - 10:00
RC8.22 - Experiências na Atenção Primária: formação, educação em saúde e gestão do trabalho

50104 - APRENDIZADOS, CONHECIMENTOS E ASPECTOS DE GERENCIAMENTO DE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA ACERCA DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.
MARIA VALÉRIA CHAVES DE LIMA - UECE, RODRIGO JÁCOB MOREIRA DE FREITAS - UERN, JANIEIRY LIMA DE ARAÚJO - UERN, KALYANE KELLY DUARTE DE OLIVEIRA - UERN, MARCELINO MAIA BESSA - UECE, THAINA JACOME ANDRADE DE LIMA - UFRN, PERLA SILVA RODRIGUES - UERN, JANAINA MACIEL DE QUEIROZ - UFERSA, ANTONIO RODRIGUES FERREIRA JÚNIOR - UECE


Apresentação/Introdução
As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) são regulamentadas no Sistema Único de Saúde (SUS) através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), implementada em 2006. A política atualmente possibilita a oferta de 29 práticas, de modo que se propõe a ampliar, reconhecer e legitimar racionalidades médicas que fomentem a integralidade da saúde. E cada vez mais busca-se que gestores e profissionais tenham conhecimento, interesse e realizem adesão a este tipo de terapêutica (Matta, 2021).
Contudo, há diferentes cenários quanto ao conhecimento e adesão das práticas, logo, existem profissionais que conhecem as práticas, mas não possuem aproximação com estas devido à ausência de estudos a respeito em seu processo formativo. Aqueles que possuem conhecimento e aplicabilidade, e aqueles que não conhecem ou não acreditam. Dado este fato é necessário que haja pesquisas que desvendem estas discrepâncias (Freitas et al.,2022).
Partindo deste contexto, realizou-se uma pesquisa na VI região de saúde do Rio Grande do Norte orientando-se pelos questionamentos: Como os profissionais adquiram sua formação de PICS? Quais políticas de educação permanente voltadas para PICS são desenvolvidas para os profissionais de saúde nos respectivos municípios que estão vinculados?


Objetivos
Identificar como os profissionais adquiram sua formação de PICS e identificar as políticas de educação permanente voltadas para PICS direcionadas aos profissionais de saúde nos respectivos municípios que estão vinculados.

Metodologia
Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória de abordagem qualitativa realizada na VI Região de Saúde/Rio Grande do Norte (VI RS/RN), composta por 37 municípios. Os participantes são quatro profissionais de saúde que executam as PICS em quatro municípios desta região, selecionados seguindo critérios de inclusão e exclusão. A coleta de dados ocorreu entre setembro de 2022 e março de 2023 de modo presencial, por meio de entrevista semi­estruturada individual. Identificadas as experiências de PICS, realizou-se a observação não participante conforme roteiro norteador com os profissionais de saúde. Os dados foram organizados seguindo a Técnica de Análise de Conteúdo (TAC) segundo Laurence Bardin e analisados a partir da literatura pertinente à temática. A Pesquisa teve a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), com o número do parecer n° 5.646.800.

Resultados e Discussão
Os achados apresentados fazem parte da categoria Aspectos de gerenciamento e ampliação quanto a ofertas de PICS na APS. Os relatos evidenciam o início da relação destes profissionais com as PICS, assim como com a oferta nos respectivos municípios. De antemão é literal que a formação dos profissionais pelas PICS foi de interesse próprio e que estes optaram por esse ramo profissional por afinidade e vontade de obter conhecimentos, e os municípios passaram a ofertar as terapêuticas já dispondo desses profissionais capacitados ao invés de buscarem capacitar outros que também atuam na localidade.
Por outro lado, ainda que visualizem a oferta das PICS como algo promissor e que surte efeito no cenário atual, os profissionais não enxergam uma expansão de práticas no município a qual estão vinculados. Alguns profissionais não visualizam uma expansão por falta de interesse em novas capacitações, outros dão a entender que não há interesse dos municípios em ofertar mais práticas atreladas a fisioterapia e por fim outros relatos inferem que também não haveria ofertas ainda que realizadas por outras profissões.
Barba (2021), discute que tal cenário está muito relacionado a falta de apoio da gestão. Pois, a gestão é responsável por ofertar e estimular que os profissionais se capacitem e ampliem sua compreensão de saúde e possibilidades de cuidado. A inserção de novas estratégias de incorporação das PICS na APS responde a essa demanda, assim é responsabilidade da gestão desenvolver mecanismos pautados em encontros e diálogos com as equipes para cumprimento da PNIPIC e aumento de ofertas em toda a rede de saúde através da aquisição de materiais e educação dos trabalhadores.


Conclusões/Considerações finais
Evidencia-se que em alguns municípios os próprios profissionais demonstram iniciativas para apropriar-se e ofertar terapias como as PICS de modo independente. Proporcionalmente, é notório que o uso da educação permanente como instrumento para PICS ainda é discreto e merece ser mais utilizado dado o fato de que as PICS são avanços no cuidado a saúde. No entanto, entende-se que há uma necessidade de que municípios e estados ofertem mecanismos para dar subsídio a capacitações, expansões de materiais e recursos humanos para propiciar melhora na qualidade dos serviços ofertados.

Referências
BARBA, Yana Cristina de. Perspectivas de inclusão de práticas da medicina ayurvédica na atenção primária em saúde. 2021. Disponível em :< https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/4246> Acesso em 16 de maio de 2024.
FREITAS, Ana Beatriz Silva de et al. Avaliação do conhecimento dos profissionais de saúde sobre as práticas integrativas e complementares. 2022. Disponível em:< http://repositorio.cesupa.br:8080/jspui/handle/prefix/197> Acesso em 25 de maio de 2024.
MATTA, Isabela Braga da. As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) e a sua inserção no Sistema Único de Saúde: o caso do município de Sant'Ana do Livramento. 2021. Disponível em:< https://lume.ufrgs.br/handle/10183/221688> Acesso em 25 de Maio de 2024.

Fonte(s) de financiamento: Próprio autor.


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