Roda de Conversa

05/11/2024 - 13:30 - 15:00
RC5.6 - Educar para democratizar

53939 - PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO POPULAR E CUIDADO INTEGRAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: EXTENSÃO POPULAR E A INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE NO TERRITÓRIO
DAIANA DE PAIVA GOMES - UFPB, ANA BEATRIZ DE FREITAS FORMIGA - UFPB, ERIKA LAIANY LIMA - UFPB, LARA ALBUQUERQUE FREITAS - UFPB, MARIA CLARA DAMACENO COELHO - UFPB, YASMIN MARIA SÁTIRO CRUZ TAVARES - UFPB, PEDRO NASCIMENTO ARAÚJO BRITO - UFPB, DANIELLA DE SOUZA BARBOSA - UFPB, PEDRO JOSÉ SANTOS CARNEIRO CRUZ - UFPB


Contextualização
O Programa de Extensão e Pesquisa “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica” (PINAB) atua desde 2007 com comunidades de Jardim Itabaiana, Boa Esperança e Pedra Branca, no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa-PB, com ações desenvolvidas em colaboração com educadores populares, lideranças comunitárias, a Unidade de Saúde da Família (USF) Vila Saúde e a Associação Pestalozzi Paraíba. O PINAB está institucionalmente ancorado na Universidade Federal da Paraíba(UFPB), especificamente no Departamento de Promoção da Saúde. Essa iniciativa se articula ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva e ao Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPB através do Grupo de Pesquisa em Extensão Popular (EXTELAR). Ao longo de sua atuação, o PINAB vem desenvolvendo iniciativas de processos formativos em educação popular e práticas de cuidado integral no território, em uma relação colaborativa com protagonistas comunitários e com trabalhadores da USF, destaca-se por desenvolver a integração ensino-serviço-comunidade através de um trabalho social que se baseia na realidade e nos problemas observados no cenário, buscando atuar junto com a comunidade e equipe de saúde da família para superar os desafios encontrados pelo caminho.

Descrição da Experiência
O PINAB apoia a equipe da USF, lideranças comunitárias e educadores populares locais na construção de duas frentes de ação: grupos de educação popular e práticas integrativas de cuidado; e apoio social à mães de jovens e crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).Na primeira frente, desenvolvem-se três grupos operativos: o Grupo de Relaxamento e Bem Viver; o Grupo de Apoio às Pessoas com Dores Crônicas e o Curso de Vivências em Práticas Integrativas e Populares de Saúde no território comunitário. Todos são realizados com encontros semanais, em cenários comunitários, e contemplam espaços de escuta das pessoas em suas demandas de apoio e de construção de itinerários. Incluem a oferta de práticas integrativas e populares de cuidado, além de rodas de conversa com temas geradores demandados pelos participantes a partir dos problemas locais. Por sua vez, o grupo de apoio à mães de crianças com TEA realiza rodas de conversa, oficinas e escuta ativa de tais mulheres, em parceria com a Associação Pestalozzi Paraíba. Neste grupo, as mães têm a oportunidade de expressarem seus sentimentos e de se fortalecerem além do papel de cuidadoras. O PINAB realiza também o Observatório de Educação Popular e Realidade Brasileira, com encontros virtuais de forma bimestral com a participação de integrantes de movimentos e práticas de educação popular em saúde.

Objetivo e período de Realização
Atuando desde 2007, o PINAB visa desenvolver iniciativas de construção compartilhada de processos de educação popular e de cuidado integral na Atenção Primária à Saúde, em colaboração com educadores populares, lideranças comunitárias e trabalhadores de saúde, fomentando a constituição de espaços comunitários de Promoção da Saúde. Realiza processos de ensino, aprendizado e articulação em Educação Popular e Saúde, contemplando protagonistas de práticas e experiências regionais e nacionais na área.

Resultados
O desenvolvimento das iniciativas vem denotando a construção de uma forte rede de apoio social local dentro dos grupos participantes, o que, por sua vez, traduz-se em vínculos afetivos e políticos. O empoderamento comunitário dos atores envolvidos constitui desdobramento perceptível em processos como o fortalecimento das lutas sociais locais e o envolvimento dos comunitários na cogestão e no planeamento dos grupos. Para os estudantes participantes, nota-se evolução quanto ao entendimento da potência existente na promoção e envolvimento da participação comunitária no delineamento e construção das ações. Comunidade e estudantes, com a colaboração de docentes e trabalhadores, aprendem e ampliam seus protagonismos ao participar cotidiana e ativamente dos grupos, promovendo ações coletivas como: sessões de terapia comunitária, dinâmicas propositivas sobre temáticas de saúde, vivências em práticas integrativas, grupos de apoio e outras formas de cuidado. Em 17 anos, o PINAB contribuiu com a criação de projetos e ações voltadas a constituição de territórios saudáveis e sustentáveis, sobretudo destacando metodologias e tecnologias de cuidado integradas à participação comunitária.

Aprendizado e Análise Crítica
A metodologia da Educação Popular possibilita uma maior compreensão da realidade local, devido à identificação crítica dos diversos processos de saúde-doença vindos da participação ativa da comunidade nos projetos abarcados pelo PINAB. A criação de espaços de encontro comunitário, fundamentados na escuta e orientados para o diálogo, repercute na explicitação de problemas prioritários e na constituição e fortalecimento de redes de apoio social local, ampliando as possibilidades e recursos locais e sociais de cuidado. Os grupos desenvolvidos demonstram o quanto são importantes metodologias de cuidado orientadas por perspectivas ativa, participativas e dialógicas de relação entre profissionais de saúde e população. Em termos de limites, denota-se a dificuldade que boa parte dos trabalhadores da USF encontram para disponibilizar tempo suficiente para participar com tranquilidade das experiências e de seu planejamento. Muitas vezes, observa-se sobrecarga dos mesmos nas atividades assistenciais. Ao mesmo tempo, acreditamos que a experiência aponta para a viabilidade de desenvolvimento de ações territorializadas no contexto da APS e para promissoras contribuições que advêm do envolvimento ativo dos protagonistas comunitários na oferta de espaços de cuidado e de participação social no território, ampliando as possibilidades de cuidado na APS.

Referências
CRUZ, P. J. S. C. .; SILVA, M. R. F. da .; PULGA, V. L. .; MACHADO, A. M. B.; BRUTSCHER, V. J. Educação Popular em Saúde: concepção para o agir crítico ante os desafios da década de 2020. Revista de Educação Popular, Uberlândia, p. 6–28, 2020. DOI: 10.14393/REP-2020-56014. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/56014. Acesso em: 05 jun. 2024.


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