Roda de Conversa

06/11/2024 - 13:30 - 15:00
RC2.22 - Lutas das mulheres na saúde

48914 - EMPODERAMENTO MATERNO: CAPACITANDO GESTANTES POR MEIO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE - UM RELATO VIVENCIAL
ANA MARIA SAMPAIO COELHO ADEODATO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, KELVYANE FONSECA CORDEIRO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, MARIA ELIANE ANDRADE DA COSTA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, TIAGO ARAÚJO MONTEIRO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, SILVANA MARIA ARAÚJO COELHO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, NIOBE GUIMARÃES FERNANDES - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ DO CEARÁ, ERLANE BRUNNO CUNHA FERREIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, MARIA ISLÂNDIA FERREIRA DE SOUSA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, DANIELE ROCHA DE FARIAS MARQUES - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, MARIA SALETE BESSA JORGE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ


Contextualização
O Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil implementa várias políticas voltadas para a atenção à saúde da mulher, abordando diferentes aspectos que vão desde a prevenção até o tratamento de diversas condições. Algumas dessas políticas incluem programas de saúde específicos para mulheres, atenção à saúde sexual e reprodutiva, combate à violência, gestão e prevenção de doenças crônicas, bem como cuidados com a saúde durante a gravidez e o período pós-natal. Essas medidas visam contemplar a longitudinalidade, continuidade e integralidade do cuidado em saúde em várias dimensões diante do contexto de vida e peculiaridades existentes. Tais práticas devem perpassar a visão de cuidado holístico, incluindo diversos profissionais na sua execução. A promoção da saúde por meio de práticas educativas é uma estratégia fundamental para o empoderamento , melhoria da qualidade de vida, inclusão e pertencimento dos envolvidos, além do fortalecimento de vínculos entre equipe e clientela, buscando dessa maneira promover o bem-estar e a qualidade de vida de pessoas dentre elas as mulheres em várias fases de sua vida.

Descrição da Experiência
Este é um relato de experiência realizado em Unidades de Atenção Primária à Saúde(UAPS) de uma cidade do interior do estado do Ceará através de um Projeto denominado Meu Bem Querer, voltado para realização de práticas educativas a mulheres durante o período gestacional, cujo objetivo fundamental é sensibilizá-las quanto a importância dos cuidados e atenção durante a gravidez. São abordados assuntos relacionados aos seguintes cuidados na gestação: observação de sinais e sintomas esperados e de alerta, nutrição materna, higiene bucal, direitos da gestante, esclarecimentos sobre tipo de parto e como o mesmo acontece, realização de atividades laborais de acordo com a condição, troca de experiências, abertura para esclarecimento de dúvidas dentre outros momentos, visando empoderá-las durante esse momento singular de suas vidas. Para o aprimoramento dessa prática de educação em saúde participam vários profissionais da equipe de saúde da família como médicos, enfermeiros, odontólogos e agentes comunitários de saúde(ACS) e equipe multiprofissional como psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas,profissionais de educação física, colaborando para a prática interprofissional. Além dessas atividades, quadrimestralmente são realizadas visitas à maternidade do município,contribuindo assim com o processo de humanização da assistência.

Objetivo e período de Realização
Trata-se de uma prática de educação em saúde desenvolvida mensalmente em Unidades Básicas de Saúde(UBS) de uma cidade do interior do Ceará iniciada no ano de 2023 até os dias atuais. Trata-se do Meu Bem Querer, um projeto que visa sensibilizar gestantes quanto aos cuidados durante a gestação, parto e pós-parto, possibilitando troca de saberes entre equipe multiprofissional e pacientes adscritas.

Resultados
Esses grupos proporcionam um ambiente de apoio e troca de informações entre gestantes e equipes de saúde, permitindo que elas se sintam mais confiantes e capacitadas durante a gravidez e o parto. Contribui portanto para o esclarecimento de dúvidas, orientações relevantes sobre os cuidados durante o período gestacional, direitos, importância das consultas de acompanhamento pré-natal, estabelecimento de vínculos e fortalecimento do cuidado em saúde. Foi possível notar uma boa adesão dentre as participantes nos encontros realizados, assim como a integração dos cuidados através da multiprofissionalidade e visão holística do fazer em saúde. Durante os encontros, floresceu uma bela sinergia, onde a troca de saberes foi celebrada e a participação de todos respeitada. Pudemos observar que o grupo de gestantes contribui positivamente no empoderamento da mulher durante o período gestacional, pois estimula a participação e adesão, construção de práticas de autocuidado, compartilhamento de vivências entre as participantes e fomenta a criação de estratégias de cuidado para saúde e bem estar dessas mulheres.

Aprendizado e Análise Crítica
O fortalecimento do vínculo através de práticas educativas envolvendo equipe de saúde e pacientes, impactam na continuidade e longitudinalidade do cuidado. Percebe-se que a educação em saúde desempenha um papel essencial na promoção da saúde, prevenção de doenças e no fortalecimento das políticas de saúde do SUS como um sistema de saúde público, universal e equitativo. Além disso, potencializa a troca de saberes, planejamento de intervenções e avaliação conjunta de resultados em saúde. A limitação da participação de gestantes podem decorrer de fatores socioeconômicos, falta de suporte, como transporte e cuidados infantis ou a outros familiares e falta de conscientização sobre a importância desses momentos. Vivenciar a prática em grupos é de suma relevância não apenas para as próprias gestantes, mas também para os profissionais de saúde envolvidos. Ao participar desses grupos, os profissionais de saúde têm a oportunidade de se engajar em práticas colaborativas e construtivistas que promovem a apropriação do fazer profissional e o diferencial na vida dos envolvidos. Tal prática é fundamental para a autonomia das mulheres oferecendo informações relevantes, apoio emocional para os enfrentamentos e os desafios diante dessa fase crucial de suas vidas.

Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011. Institui a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 jun. 2011. Seção 1, p. 67.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação em Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento?. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.
BRASIL. Lei nº 8080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 set. 1990.

Fonte(s) de financiamento: Finaciamento próprio.


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