Comunicação Oral Curta

03/11/2023 - 08:30 - 10:00
COC33.5 - Covid 19

46135 - CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS E DEMOGRÁFICAS DOS TRABALHADORES DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO RECÔNCAVO DA BAHIA NO PERÍODO DA PANDEMIA DA COVID-19
CARLA BARBOSA DE MENEZES - UEFS, LUSICLEIDE GALINDO DA SILVA MORAES - UEFS, MARIA LÚCIA SILVA SERVO - UEFS


Apresentação/Introdução
As condições de trabalho dos trabalhadores de enfermagem é um tema contemporâneo de debate e investigação, uma vez que a enfermagem é uma categoria exposta a situação de vulnerabilidade no ambiente de trabalho que favorece elevados níveis de estresse podendo desencadear o adoecimento, manifestado principalmente, por transtornos mentais, com consequente repercussão física e psicológica. Os estressores relacionados à atuação do trabalhador de enfermagem intensificam-se diante de cenários precários e inesperados como os que têm se apresentado nos últimos anos, intensificados pela pandemia da COVID-19.

Objetivos
Descrever as características socioeconômicas e demográficas dos trabalhadores de Enfermagem que atuam na atenção às pessoas com COVID-19 em um hospital público do recôncavo da Bahia.

Metodologia
Foi realizado um estudo de caráter qualitativo, com os trabalhadores de Enfermagem, sendo 9 enfermeiros e 7 técnicos de enfermagem, que atuaram na atenção à pessoa com COVID-19 em um hospital do recôncavo da Bahia. Foram estabelecidos critérios de inclusão, estar em pleno exercício profissional; cadastrados no CNESS; atuação na assistência a pacientes portadores da COVID- 19 e, como critério de exclusão os trabalhadores de Enfermagem que se encontravam de licença médica ou maternidade, de férias e/ou que não desejaram participar do estudo. A coleta de dados foi obtida através da entrevista semi-estruturada.

Resultados e discussão
Foram entrevistados 16 trabalhadores de enfermagem com idade entre 25 a 50 anos, sendo 14 mulheres e 02 homens. A enfermagem é uma profissão com elevado índice de trabalhadores do sexo feminino que no período da COVID-19 sofreu privações tais como: escolar, alimentar, de segurança física e no trabalho ou até mesmo perda de contato físico, social e de afeto restrito, razões essas que resulta maior estresse no gênero feminino. Quanto a formação profissional foram 9 enfermeiros e 7 técnicos de enfermagem, cujo tempo de formação variou entre 1 e 8 anos, sendo para a maioria, a primeira oportunidade de emprego neste local de cenário pandêmico. Seis trabalhadores possuem outro vinculo como forma de complementar a renda familiar devido aos baixos salários. Em geral possuíam uma carga horária média de 36 horas semanais em caráter de plantões diurnos e noturnos.

Conclusões/Considerações finais
O cenário pandêmico da COVID-19, associado ao estado de calamidade pelo qual passam os sistemas e serviços de saúde favoreceu a instalação de situações que tornam a enfermagem como uma profissão estressante, compondo a categoria com vulnerabilidade inquestionável aos eventos estressores como: ambientes de trabalho complexos, sobrecarga profissional, baixos salários, longa jornada de trabalho, ameaça à integridade física e mental, exigências cotidianas, competitividade, tensão emocional, angústia, sofrimento, ocasionando o adoecimento.