Comunicação Oral Curta

03/11/2023 - 08:30 - 10:00
COC29.3 - Refletindo sobre práticas sanitárias, risco e emancipação

46012 - IMPACTOS SECUNDÁRIOS DA PANDEMIA DA COVID-19 NO ACESSO À SAÚDE BUCAL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
MONICKY MEL SILVA ARAÚJO MACIEL - FIOCRUZ/IAM, SYDIA ROSANA DE ARAÚJO OLIVEIRA - FIOCRUZ/IAM, MARIA DA PENHA RODRIGUES DOS SANTOS - FIOCRUZ/IAM


Apresentação/Introdução
Os prejuízos da pandemia da covid-19 serão duradouros em todo o mundo, em todos os níveis de atendimento na saúde, seja pelos impactos primários ou secundários. A Odontologia foi uma área que teve grande impacto secundário, caracterizado como aquele decorrente de problemas sócio-econômicos e da falta de atendimentos. Principalmente por causa da paralização dos serviços e do medo da população em ser infectada no ambiente odontológico. Assim, após estes anos de pandemia são de suma importância estudos que possam se debruçar sobre os impactos secundários da doença na saúde bucal.

Objetivos
Descrever os impactos secundários da covid-19, no acesso à saúde bucal.

Metodologia
Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, tendo como pergunta condutora: “Quais os impactos secundários da covid-19 no acesso à saúde bucal?”. A coleta dos dados ocorreu nos bancos da SciELO, PubMed/Medline, e BVS/Lilacs, no período de 2020 a 2022, com uso dos descritores: “covid-19” + “accessibility” + “oral health”, e “covid-19” + “acesso” + “saúde bucal”. Foram identificados 388 estudos, destes 24 foram selecionados para leitura integral.

Resultados e discussão
Os estudos foram publicados na língua inglesa (92%) e espanhola (8%). As publicações remetem à países como: Brasil, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Escócia, Peru, Sri-Lanka, Austrália e Suíça. Os resultados foram divididos em três categorias temáticas:
A) problemas odontológicos enfrentados pelos usuários dos sistemas de saúde durante a pandemia: as primeiras consultas odontológicas e tratamentos concluídos apresentaram uma queda vertiginosa entre os anos de 2019 e 2020; com aumento do número de casos diários de abscessos. Os achados apontam que as doenças bucais, em sua maioria, estão sujeitas aos determinantes sociais da saúde. Observa-se uma piora das condições socioeconômicas devido à pandemia do covid-19, que deteriorou a saúde bucal dos indivíduos, evidenciando as múltiplas barreiras de acesso à saúde bucal. Assim, estabelece uma correlação entre pobreza e desigualdade no atendimento odontológico, ressaltando a necessidade de priorizar a saúde bucal.
B) soluções imediatas para enfrentar a grande demanda por atendimento odontológico: prática da Odontologia de Intervenção Mínima, prioritariamente entre idosos e pacientes oncológicos, evitando intervenções cirúrgicas e preservando o máximo de tecido biológico sadio. São procedimentos rápidos e eficazes contra o avanço da doença cárie.
C) projeções das necessidades de políticas públicas para o futuro: a saúde bucal deve ser incluída nas considerações de políticas, pesquisa contínua, monitoramento e vigilância. Há necessidade de garantir atendimento odontológico pós-pandemia, diminuindo as desigualdades na saúde bucal, principalmente, para a população vulnerável. Priorizando investimentos de longo prazo em programas de saúde pública para garantir mais acesso aos serviços de saúde bucal e preparando o sistema para as necessidades atuais como o aumento das doenças bucais crônicas e as necessidades cirúrgicas.

Conclusões/Considerações finais
A Odontologia deve ser vista com prioridade para o atendimento de saúde, com mais equipes de trabalho e melhor qualidade do serviço. Medidas urgentes devem ser tomadas para garantir implantação/implementação de políticas públicas que assegurem o direito ao acesso às ações e serviços de saúde bucal.