03/11/2023 - 08:30 - 10:00 COC25.5 - Usuários, gestão do cuidado e vulnerabilidade |
46743 - ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO NA PRIMEIRA INFÂNCIA: A IMPORTÂNCIA DA PRESENÇA DO CIRURGIÃO-DENTISTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE IASMYN SILVA SOUZA - UFF, MARIA GORETTI ANDRADE RODRIGUES - UFF
Apresentação/Introdução A Atenção Primária à Saúde (APS) prevê um acesso integral e longitudinal, centrado no cuidado e acolhimento de cada território envolvido, buscando propiciar um atendimento mais humanizado e uma visão holística, centrada no indivíduo. A esse respeito, entende-se que a presença do cirurgião-dentista nesses atendimentos, além da equipe de saúde bucal, pode contribuir para que a saúde seja promovida de forma singular.
Diante disso, é válido considerar o papel que a saúde coletiva promove na sociedade. A saúde foi durante muitos anos percebida apenas como a ausência de doenças, contudo após muitos estudos foi possível considerar que proporcionar prevenção de patologias também é uma forma de fornecer saúde. Nesse sentido, a saúde coletiva busca possibilitar que a prevenção esteja cada vez mais presente na APS.
Nessa perspectiva, a figura do cirurgião-dentista na APS configura hoje um fator indissociável para que o ideal primário da saúde coletiva seja garantido. Seja no consultório odontológico, em casa ou na escola, a efetivação de cuidados em saúde bucal precisa fazer parte do dia a dia do público infantil. É viável discorrer sobre as múltiplas formas de promover saúde bucal infantil, principalmente durante a tenra idade, pois é nessa fase que a criança tem mais acesso à introdução alimentar necessitando de cuidados bucais cada vez mais específicos.
Objetivos A pesquisa em curso propõe apresentar a importância da atuação do cirurgião-dentista na Atenção Primária à Saúde durante a primeira infância, além de buscar pistas para que esse atendimento promova saúde considerando as subjetividades dessa etapa.
Metodologia A pesquisa, com viés formativo, utiliza a cartografia como abordagem metodológica objetivando tecer as experimentações observadas. Tal perspectiva recorre ao diário de campo para registrar as cenas colhidas nas artesanias do cotidiano.
Resultados e discussão O campo da saúde coletiva assegura que é importante conhecer o território habitado para compreendê-lo, bem como observar suas nuances e vozes. É a partir dessa apreensão que seus anseios são percebidos.
Desse modo, partimos do conceito de território destacado por Santos (2000), no qual considera o lugar “não apenas um quadro de vida, mas um espaço vivido, isto é, uma experiência sempre renovada, o que permite, ao mesmo tempo, a reavaliação das heranças, a indagação sobre o presente e o futuro”, e da bucalidade proposta por Botazzo (2006) e apresentamos a boca como um território vivo, pois necessita ser compreendida em totalidade, fala, personalidade e desejo.
Consideramos que a forma na qual cada paciente recebe o tratamento odontológico possa ser um fator que impossibilite a manutenção do cuidado bucal, pois ao experienciar tal intervenção – se não adaptada para cada indivíduo – pode desenvolver resistência para continuar com a prevenção de doenças bucais.
Nessa perspectiva, dada a importância das experimentações na primeira infância salientamos a necessidade de rever como o cirurgião-dentista que atua na Atenção Básica recebe essas crianças.
Conclusões/Considerações finais Ratifica-se a necessidade de considerar o paciente pediátrico como singular, diante de suas subjetividades. Para tanto, faz-se necessário ampliar nossa visão sob um panorama multifacetado observando, extraindo e experienciando o que o território pode promover por meio de relações horizontais, nas quais o enfoque seja possibilitar trocas onde o acolhimento possa se relacionar, de fato, com a alteridade.
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