03/11/2023 - 08:30 - 10:00 COC18.2 - Digitalização e organização do cuidado |
47334 - ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM SAÚDE DIGITAL NO BRASIL DE 2018 A 2023 GILIATE CARDOSO COELHO NETO - UNIFESP, ARTHUR CHIORO - UNIFESP
Apresentação/Introdução Saúde digital diz respeito ao uso de tecnologias digitais, como dispositivos móveis, aplicativos, softwares e plataformas online, para melhorar a prestação de serviços de saúde, promover o autocuidado, monitorar a saúde das pessoas e facilitar o acesso à informação em saúde. Em 2018, a OMS publicou a “Classificação de Intervenções em Saúde Digital”, que apresenta taxonomia e um sistema de categorização para facilitar a compreensão e a comunicação sobre as diversas intervenções em saúde digital, com 84 tipos de intervenções. A saúde coletiva brasileira, por sua vez, vem pelo menos desde a década de 1990 apontando a necessidade de uma abordagem crítica sobre as tecnologias da informação em saúde, para além do seu uso instrumental.
Objetivos Analisar a produção científica sobre saúde digital no Brasil no período de 2018 a 2023
Metodologia Foi realizada uma revisão de literatura nas bases Lilacs e Medline, a partir do mecanismo de busca da Biblioteca Virtual de Saúde, delimitada pelo descritor “Telemedicina”, que abrange, no dicionário de descritores de termos da saúde (DeCS), 36 expressões alternativas como “Saúde Digital”, “e-Saúde”, “Telecuidado”, dentre outras. Foram considerados apenas artigos publicados em revistas brasileiras. A busca mostrou 134 produções que, após triagem inicial (excluindo-se artigos de opinião, duplicados ou sem resumo disponível), resultaram em 99 artigos.
Resultados e discussão O assunto mais abordado foi o Teleatendimento (18 artigos), seja em contexto da atenção básica, de urgência ou pós-alta hospitalar, Telediagnóstico (10), Telemonitoramento (9). Temas que consideramos relevantes como literacia em saúde digital (3), telerregulação (2), terminologias clínicas (1) e ciência de dados (1) foram pouco abordados pelos pesquisadores. Não foi identificado nenhum estudo sobre Inteligência Artificial e datatificação. Sob aspecto metodológico, houve uma maior prevalência dos relatos de experiência (25), estudos transversais (17) e das revisões de literatura (17), neste último caso maior predomínio das revisões sistemáticas (7) e integrativas (6).
Conclusões/Considerações finais A produção científica no âmbito da saúde digital no Brasil teve como foco nos últimos anos os estudos sobre teleatendimento, telediagnóstico e telemonitoramento, provavelmente devido às necessidades impostas pela Pandemia de Covid-19. É necessário, todavia, ampliar o escopo de intervenções e pesquisa na área da saúde digital para temas ainda pouco explorados, como ciência de dados e inteligência artificial, expandindo os referenciais teóricos e metodológicos de forma a desvelar interesses e relações de poder atrelados à produção social da saúde digital.
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