Comunicação Oral Curta

03/11/2023 - 08:30 - 10:00
COC18.2 - Digitalização e organização do cuidado

46264 - MUDANÇAS NOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: DESAFIOS PARA A GESTÃO EM SAÚDE
ANDRESSA TEOLI NUNCIARONI - UNIRIO, ALESSANRDA DA SILVA PEREIRA - UNIRIO, THAINA PEREIRA CORREA DE SA - UNIRIO, ISABELLA CAROLINE SANTANA ALEIXO - UNIRIO, ELOA AARAO REIS PIETROBON - UNIRIO, MANOELA ALVES LOPES - UNIRIO, VIVIANE MACHADO NOGUEIRA - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO, ELIANE DA ROCHA CRUZ - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO


Contextualização
Os sistemas de informação são fundamentais para o acompanhamento dos indicadores em saúde, principalmente na atenção primária. Possibilitam o planejamento, a implementação e a avaliação das ações e serviços de saúde. No âmbito da gestão tais sistemas guiam as tomadas de decisões e financiamento, o que exige atualização constante e formas padronizadas de cadastramento, a fim de produzir, de forma estruturada, dados em saúde. A partir das mudanças da gestão da saúde no âmbito nacional brasileiro, especialmente entre os anos de 2020 e 2022, as formas de registro de dados de saúde sofreram diversas modificações, assim como o método de cálculo dos indicadores, o que levou a instabilidades e perda de dados relacionados a indicadores, essenciais para o desempenho da gestão no que diz respeito a garantir o acesso integral, universal e gratuito para toda população.

Descrição
Trata-se de relato de experiência de discentes e docentes de uma Universidade Pública Federal que vivenciaram prática semanal em espaços de gestão na Coordenadoria Geral de Atenção Primária (CAP) de uma região de município brasileiro de grande porte no âmbito do Projeto PET Saúde: Gestão e Assistência, que visa promover o estudo de futuros profissionais da saúde em relação a educação pelo trabalho para a saúde, integrando ensino-serviço-comunidade. A gestão local é responsável por monitorar, estruturar, compilar e analisar os indicadores de saúde de uma região do município, com vistas à produção de ações que visem à melhoria de processos e de resultados.

Período de Realização
O período de realização da experiência foi de outubro de 2022 a maio de 2023, com atividades presenciais semanais nas diversas ações desenvolvidas pela gestão local, que variaram entre ida às unidades da área programática e reuniões e ensinamentos acerca dos conceitos dentro da atenção primária na própria CAP.

Objetivos
O presente relato tem como objetivo geral analisar e trazer uma perspectiva de como as mudanças nos sistemas de informação recentes envolvendo perda de dados são um desafio para a gestão em relação ao desenvolvimento e avaliação das ações em saúde no âmbito da atenção primária.

Resultados
Os discentes e docentes puderam perceber como a qualidade dos dados, desde o preenchimento adequado e padronizado até a sua interpretação e disponibilização, pode afetar a tomada de decisões em saúde. Dessa forma, a troca de sistemas de informação e da base de cálculo dos indicadores podem representar riscos ao SUS, englobando a impossibilidade de pesquisas sobre caminhos para melhora da gestão e despesas desnecessárias com saúde, o que pode levar à piora ou estagnação do cenário atual.

Aprendizados
A partir da vivência presencial semanal no projeto PET junto à CAP de uma área programática de um grande município foi entendido que os registros adequados e o alinhamento dos sistemas de informação em saúde são fundamentais para a análise crítica de dados de saúde de uma população, além da melhoria das unidades de atenção primária e saúde pública através de liberação de financiamento de acordo com a progressão e atingimento de metas internas.

Análise Crítica
As mudanças frequentes dos sistemas prejudicaram, e muito, análises de situação de saúde e os resultados das ações desenvolvidas no período de 2020 a 2022. Tais mudanças implicaram, ainda, na adoção de sistemas de informações locais, em paralelo aos disponibilizados gratuitamente pelo Ministério da Saúde, o que implica em custos adicionais ao município, fragilidade nos indicadores de saúde e risco de divergência de informações.