48101 - EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NA CRIAÇÃO DE ESPAÇOS DE PROMOÇÃO DE SAÚDE PARA CRIANÇAS DE UMA COMUNIDADE DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO/PE
ISABEL DE JESUS BRANDÃO BARRETO - PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL DE INTERIORIZAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE – PRMIAS - UFPE/VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, JOANNA BEATRIZ DE OLIVEIRA SILVA - PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL DE INTERIORIZAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE – PRMIAS - UFPE/VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, ALLANE MARIANE SANTOS - PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL DE INTERIORIZAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE – PRMIAS - UFPE/VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, RAYANE BARROS BRITO VELÉZ DE ARAÚJO - PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL DE INTERIORIZAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE – PRMIAS - UFPE/VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, TALIA CRISTINA DE LIMA - PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL DE INTERIORIZAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE – PRMIAS - UFPE/VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, FABIANA DE OLIVEIRA SILVA SOUSA - CENTRO ACDÊMICO DE VITÓRIA – UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE /VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
Contextualização
Na Educação Popular (EP) entende-se que o processo pedagógico acontece mediante compartilhamento de saberes a partir das experiências e contextos de vida. A Educação Popular em Saúde (EPS) parte dessa concepção educativa para (re) orientar as práticas de saúde, vindo na perspectiva contra hegemônica, no intuito de promover espaços democráticos de produção do cuidado e promoção da saúde por meio (re) conhecimento dos sujeitos, suas culturas, modos de viver, experiências e saberes. Esse processo de participação popular é fundamental para propiciar a criticidade da realidade e promover a autonomia e emancipação no cuidado em saúde. A extensão universitária é um dos espaços estratégicos para atuação com EPS, que por sua vez, é um espaço de aproximação universidade-comunidade que se desenvolve por um processo de interlocução dos saberes científicos e vivência da realidade, propiciando a aquisição de habilidades e atitude crítica-reflexiva para atuar “com a comunidade” e não “para a comunidade”. Os processos de EPS executados pela extensão podem garantir a criação de vínculos, estímulo ao esperançar, valorização e visibilidade das culturas, saberes e práticas pop ulares, visando a construção de um cuidado integral em saúde.
Descrição
Trata-se de um estudo descritivo, relato de experiência referente a ações de educação popular em saúde com público infantil de uma comunidade do município de Vitória de Santo Antão-PE realizada no projeto de extensão: Atuação do sanitarista na atenção básica: experiências e debates sobre o ensino, pesquisa e extensão. O referido projeto tem como um dos objetivos promover ações de cuidado em saúde à comunidade do Alto do Reservatório é localizada nas proximidades da sede do Centro Acadêmico de Vitória – UFPE e, apesar disso, trata-se de uma área descoberta pelos serviços de saúde, com dificuldade de acesso e iniquidades sociais.
Período de Realização
Foram realizadas duas ações com o público infantil e infantojuvenil (3 a 12 anos). A primeira ação foi realizada em agosto de 2022 com o tema “Cuidando do meio ambiente: oficina de leitura com as crianças do Alto do Reservatório” estruturada com a leitura de livros e momento de construção manual de brinquedos de acordo com a idade das crianças e com o tema. A segunda ação foi realizada em setembro de 2022 com o tema: “Saúde mental e o termômetro das emoções” sendo apresentado e construído com as crianças o termômetro simbólico para ajudar na compreensão sobre a identificação e regulação das emoções e sentimentos. Em ambas as ações foi realizado, anteriormente, uma mobilização na comunidade afim de divulgar e comunicar as ações, objetivos, dias e turnos
Objetivos
Relatar a experiência extensionista de educação popular em saúde com público infantil de uma comunidade do município de Vitória de Santo Antão-PE.
Resultados
Os encontros tiveram uma participação ativa das crianças, sendo observada uma maior variação nas faixas etárias no primeiro encontro, com um total de 21 crianças. Para cada grupo utilizou-se uma abordagem diferente, e além da contação de histórias relacionadas a preservação ambiental, a temática foi trabalhada por meio da pintura (3 a 4 anos de idade), jogo da memória (5 a 6 anos de idade), quebra cabeça (7 a 8 anos de idade) e confecção de brinquedo reciclável (7 a 8/ 9 a 12 anos de idade). No segundo encontro trabalhou-se com um grupo de 15 crianças com uma faixa etária de 4 a 11 anos. Teve início com a apresentação de um curta metragem e conversa sobre as emoções, em seguida realizou-se a construção de um termômetro das emoções com auxílio de ferramentas como a pintura, corte e colagem.
Aprendizados
As vivências realizadas foram enriquecedoras para a comunidade e para os extensionistas, contribuindo para a vinculação da universidade com a comunidade e reconhecimento da universidade como dispositivo próximo e possível da realidade dos comunitários, permitindo a desmistificando do elitismo acadêmico. A escolha dos temas para as ações, Meio ambiente e Saúde mental, permitiram reflexões potentes a respeito do contexto e das disparidades sociais presente no cotidiano das crianças. Ademais, de forma indireta, também foram possibilitadas conexões com os responsáveis e outros atores sociais da comunidade contribuindo para o fortalecendo da integração da universidade com os comunitários.
Análise Crítica
A população que reside no Alto do Reservatório enfrenta historicamente diversas barreiras sociais e de acesso a assistência à saúde, além disso, há uma ausência de espaços de lazer, que traz implicações na construção de hábitos de vida saudáveis, e nos aspectos emocionais, sociais e culturais da comunidade, em especial das crianças. Considerando esse contexto, o público infantil é um importante grupo-alvo para o desenvolvimento das ações do projeto, que a partir da EPS propicia um espaço de trocas, criação, criticidade e produção do cuidado, além de permitir a construção de vínculo com a comunidade.
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