Comunicação Oral Curta

02/11/2023 - 08:30 - 10:00
COC4.4 - Redes em saúde, coletivos e educação

46288 - A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO PERMANENTE NO FORTALECIMENTO DO TRABALHO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
MARIA DA SILVA SOARES - DISCENTE DO CURSO DE SAÚDE COLETIVA,CAV-UFPE, FABIANA DE OLIVEIRA SILVA SOUSA - PROFA. DO CURSO DE SAÚDE COLETIVA,CAV-UFPE, EDIANE ALVES DE LIMA FREIRE - MESTRE EM HEBIATRIA - UPE, THAYNARA FERNANDA SOARES SILVA - ENFERMEIRA ESPECIALISTA EM SAÚDE DA FAMÍLIA-UFPE


Contextualização
O Agente Comunitário de Saúde (ACS) tem papel primordial no território, ao atuar junto às comunidades, ligando os serviços à população e potencializando a abordagem comunitária das equipes de Atenção Básica (AB). Uma das formas de valorizar e fortalecer os ACS é através da educação permanente em saúde (PNEPS) que trabalha com foco na problematização do cotidiano, na aprendizagem significativa e na formação voltada para a reflexão e mudança do contexto no qual se atua, possibilitando a participação ativa dos profissionais. Nesse contexto, fica evidente a relevância das metodologias ativas no processo de ensino-aprendizagem desses trabalhadores como ferramenta essencial para aperfeiçoamento do trabalho desenvolvido na AB.

Descrição
É um estudo qualitativo do tipo relato de experiência vivenciado por uma graduanda de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Pernambuco -UFPE-CAV, durante o estágio na AB do município de Limoeiro/PE. A oficina fez parte do Curso Saúde com Agente e foram utilizados recursos como cordel e cartazes para reflexão crítica acerca dos desafios mais vivenciados no território. Os ACS iriam relembrar um problema de saúde que considerasse importante para o território na qual atuam, e assim refletir criticamente e responder questões sobre relevância do problema no território/comunidade, papel do ACS na identificação e compartilhamento com a equipe de saúde, estratégias/ações necessárias para enfrentamento do problema, sujeitos e setores importantes para resolução do problema. Após refletir sobre as questões, os ACS compartilharam suas respostas em uma roda de conversa com outros ACS e profissionais de enfermagem que atuam como tutoras do curso.


Período de Realização
Dia 22 de março de 2023, tendo como público-alvo 45 ACS mediado por duas profissionais que atuam na coordenação da AB no município.


Objetivos
Relatar a experiência de participação em uma oficina de educação permanente com os ACS no Município de Limoeiro/PE.



Resultados
A realização da oficina na perspectiva da PNEPS favoreceu uma visão crítica e reflexiva dos ACS sobre a identificação de problemas no território onde atuam e sobre a importância da interprofissionalidade e intersetorialidade para resolução em saúde. Em relação aos problemas mais frequentes tragos pelos profissionais para o debate foram o dependência química e saúde mental fragilizada. Ressaltaram ainda que a pandemia da Covid-19 ampliou a ocorrência de casos de transtornos entre as famílias no território, diante disso foi discutido entre os demais participantes da oficina quais os setores e profissionais seriam necessários para solucionar esses problemas. Durante a realização da oficina, os ACS produziram cartazes para descrever os desafios e as estratégias pensadas para enfrentamento dos problemas. Criaram jogos educativos sobre a importância da articulação intersetorial entre saúde e educação e um cordel relacionado ao quão a saúde mental tinha sido afetada. Nessa oficina os profissionais se fizeram ativos na participação e a reflexão sobre os desafios cotidianos que os trabalhadores lidam nos territórios onde atuam junto com os demais trabalhadores das equipes de AB associada ao uso das metodologias ativas foi bem importante na promoção da uma aprendizagem-significativa e solidária entre os participantes.


Aprendizados
Essa experiência permitiu mostrar a importância da implementação da educação permanente em saúde no processo de formação cotidiano dos trabalhadores da saúde. No caso específico das agentes comunitárias de saúde, cujo processo de trabalho é completamente atravessado pela realidade do(s) território(s) comunitário e existenciais de onde atuam, os espaços de reflexão crítica sobre o trabalho precisam oportunizar o compartilhamento de dores, afetos, ideias, saberes e solidariedade. Participar dessa vivência enquanto profissional sanitarista em formação foi muito importante para apreender a potência da educação permanente na formação de trabalhadores mais críticos e com um olhar amplo sobre sua prática profissional diante dos desafios individuais, coletivos e familiares. Além disso, proporcionou uma reflexão sobre a importância do sanitarista aprender a ouvir e dialogar com os trabalhadores de saúde, conhecer o território vivo onde as ações, programas e políticas são concretizadas. Sendo assim, trabalhar com a saúde é ser implicado com a busca do aprendizado sobre a forma de vida da população, os arranjos territoriais e as diversas vulnerabilidades que neles existem e, além disso, assumir uma corresponsabilidade na luta pela transformação das situações que causam ou fortalecem o sofrimento e adoecimento das pessoas.


Análise Crítica
Evidenciar a importância da educação permanente no fortalecimento e na qualificação do trabalho, assim como reforçar a relação das ações de formação com a gestão do sistema dos serviços de saúde, com o trabalho da atenção à saúde e com o controle social e assim refletir as práticas de serviço e melhoria no processo de trabalho.