46473 - HESITAÇÃO VACINAL NO INTERIOR DA BAHIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA ANNA CAROLINA SOUZA SILVA - ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA E BOLSISTA DO NÚCLEO DE EXTENSÃO E PESQUISA EM SAÚDE DA MULHER (NEPEM/UEFS)., PEDRO PAULO COELHO NOGUEIRA - ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA E BOLSISTA DO NÚCLEO DE EXTENSÃO E PESQUISA EM SAÚDE DA MULHER (NEPEM/UEFS)., ROBERTA BARREIRA FERREIRA - ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA E BOLSISTA DO NÚCLEO DE EXTENSÃO E PESQUISA EM SAÚDE DA MULHER (NEPEM/UEFS)., DAYANE KELLY DOS SANTOS DE CRISTO MACÊDO - ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA E BOLSISTA DO NÚCLEO DE EXTENSÃO E PESQUISA EM SAÚDE DA MULHER (NEPEM/UEFS)., ANA JAQUELINE S. CARNEIRO - PROFESSORA ADJUNTA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA, MEMBRO DO NÚCLEO DE EXTENSÃO E PESQUISA EM SAÚDE DA MULHER (NEPEM/UEFS)
Contextualização O Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi instituído em 1975, com o objetivo de gerenciar a imunização dos brasileiros e garantir o acesso a um dos mais importantes mecanismos de proteção, a vacina. A partir dessa data, inúmeras foram as conquistas do programa, como a certificação nacional da erradicação do sarampo em 2016 e o controle da pandemia do COVID-19, evidenciando a relevância do PNI para o país.
Apesar de todas as evidências científicas de eficácia vacinal, dados do Datasus revelam que a cobertura vacinal brasileira em 2021 esteve em torno de 62%, abaixo do patamar preconizado, que é em torno de 90% a 95%, dependendo do imunizante (BRASIL, 2023). Esses dados corroboram que existe, hodiernamente, no Brasil, baixa adesão vacinal. Dentre os motivos para essa problemática, pode-se citar a escassez de informações sobre a vacinação e o crescimento de movimentos antivacina, o que ficou evidente durante a pandemia do COVID-19, com a disseminação de notícias falsas e a descrença, infundada, por parte de usuários e até de autoridades sobre a vacinação e sobre o Programa Nacional de Imunização (Galhardi et al, 2022).
Descrição Relato de experiência vivida por discentes do curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia, entre 2021 e 2023. Foram vivenciadas atividades curriculares e extracurriculares referentes à imunização. A primeira atividade foi um trabalho de monitoria voluntária na campanha de vacinação contra a Covid-19, durante a pandemia (2021). Uma vez que os discentes representavam o primeiro contato entre os usuários e algum profissional da saúde, foi possível observar muita hesitação e descrença na efetividade da vacina, advindas de diferentes gêneros e grupos etários. Para esclarecer o público e estimular a vacinação, foi promovida sensibilização, explanando sobre a segurança e eficácia da vacina, bem como sobre o esquema vacinal recomendado para reduzir a circulação do vírus. Em 2022, ocorreu a prática curricular em sala de vacina. E na última experiência, em 2023, houve a oportunidade de atuar junto à Secretaria Municipal de Saúde durante a campanha de vacinação que incluiu a vacina bivalente contra a Covid-19 e a Influenza. O mesmo comportamento por parte do público foi observado nas três oportunidades. A descrença não estava relacionada somente às vacinas contra a Covid-19, mas também a outros imunocomponentes tradicionais para a população, a exemplo da vacina Dt adulto, contra difteria e tétano
Período de Realização Fevereiro de 2021 a junho de 2023
Objetivos Estimular a vacinação
Sensibilizar o público sobre a importância da vacinação
Compreender desafios à adesão vacinal
Resultados Na campanha de 2021 foram vacinadas cerca de 2.500 mil pessoas por dia, durante 20 dias, totalizando 55 mil pessoas. Durante a prática em sala de vacina, foram 10 pessoas por manhã de prática, durante 3 manhãs, totalizando 30 pessoas. E na campanha de 2023 foram vacinadas cerca de 200 pessoas por dia, durante 1 dia, totalizando 200 pessoas.
Aprendizados As experiências vivenciadas proporcionaram riqueza de conhecimentos. Foi possível compreender a importância da gestão em atividades externas, com destaque para a organização da rede de frio e para o preenchimento de documentação. Além disso, também foi possível entender alguns motivos da hesitação da população em se vacinar, advindos principalmente de desinformação e de notícias falsas
Análise Crítica A escassez de informações acerca da imunização cria barreiras entre a população e as unidades de saúde, já que o usuário não compreende a importância de se vacinar para prevenir doenças. Outro entrave é a proliferação de notícias falsas, principalmente nas redes sociais, solos férteis para o crescimento desse tipo de informação.
Esse contexto contribui para o retorno de doenças consideradas já erradicadas. Um exemplo dessa reincidência é o sarampo, que ressurgiu no país em 2018, principalmente, por conta da não adesão vacinal. Segundo dados do Datasus, entre os anos de 2019 e 2022, a cobertura vacinal do Brasil decresceu 28% (BRASIL, 2023). Tendo em vista que a profilaxia de grande parte das patologias infectocontagiosas na infância depende da vacinação e que os pais podem ser vítimas de desinformação e de notícias falsas, deixam de se vacinar a si mesmos e aos filhos (SILVA et al, 2023). As experiências vivenciadas possibilitaram compreender alguns fatores que contribuem para a hesitação vacinal, bem como a necessidade de campanhas que informem adequadamente a população sobre a importância da imunização.
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