03/11/2023 - 08:30 - 10:00 OL7 - Potencialidades e desafios das linguagens da ESCRITAS DE MEMÓRIAS, CORDEL e POESIA para pensar o cuidado como práxis decolonizadora |
48235 - "E SE JUNTIN LUTÁ, NO QUE DÁ?": ARTICULAÇÕES NECESSÁRIAS ENTRE OS MOVIMENTOS FEMINISTAS E ANTIMANICOMIAIS LAÍS CATARINE UMBELINO DOS SANTOS - UFPE, KARLA ADRIÃO GALVÃO - UFPE
Processo de escolha do tema e de produção da obra O presente trabalho foi desenvolvido através de inquietações que perpassam a vivência militante-pesquisadora-trabalhadora da saúde, sobretudo da saúde mental que constrói a luta antimanicomial em atuação profissional e em movimento social, promovendo através da literatura de cordel, a refletir acerca da necessidade da articulação entre os movimentos feministas e antimanicomiais na luta por uma sociedade e um cuidado emancipatório, verdadeiramente popular, que enxergue no território e na liberdade a potencialidade do afeto na sociedade. Dessa forma, a produção foi desenvolvida através de experiências próprias da autora, mas também de compartilhamentos nas vivências militante e pesquisantes. A partir das tentativas de produzir convergências políticas de luta, e construção do conhecimento, a Reforma Psiquiátrica Brasileira e os movimentos sociais, feministas e antimanicomiais, surgem como aparelhamentos contracoloniais, quando articulados em atuação e projeto político de sociedade.
Objetivos Refletir sobre a importância da existência da articulação entre os movimentos sociais feministas e antimanicomiais no enfrentamento e fortalecimento de políticas públicas de saúde mental.
Ano e local da produção Recife, Pernambuco, 2023
Análise crítica da obra relacionada à Saúde Coletiva e ao tema do congresso A luta antimanicomial e os movimentos feministas na construção da Reforma Psiquiátrica Brasileira, se localizam nesse debate de modo a repensar e disputar concepções, bem como produzir novas formas de saberes e fazeres em saúde mental. As atuações feministas na luta antimanicomial se dão, então, promovendo no campo o tensionamento acerca da medicalização enquanto mecanismo de controle, o combate ao cisheteropatriarcado e, necessariamente, outras formas de opressões que se retroalimentam e sustentam a manicomialização das instituições, práticas e saberes. Colaborando na construção de políticas públicas de saúde mental que pautem as vivências de mulheres plurais e seus direitos sociais, considerando o atravessamento de gênero, raça e classe e a inseparabilidade dessas pautas.
Quando se trata de movimentos sociais e o campo da saúde mental, o alinhamento com o pensamento feminista decolonial torna-se necessário, uma vez que essa perspectiva denuncia o sistema moderno/colonial como aponta Maria Lugones. Essa forma de poder, amparada pelo capitalismo e eurocentrismo, reincide em mecanismos de contenção das subjetividades “desviantes” do padrão estabelecido, conforme pontuado por Jalusa Arruda (2017). Assim, os movimentos feministas e antimanicomiais, atuam enquanto ferramentas contracoloniais na produção de fraturas às estruturas que mantém as instituições manicomiais, sobretudo coloniais, em funcionamentos até os dias atuais. A disputa atualmente, ainda é uma disputa passada, pelas derrubadas dos manicômios em suas concretudes, mas também nas formas simbólicas que operam na sociedade. Dessa forma, a construção de uma concepção de saúde, sobretudo saúde mental, vinculada à garantia de direitos basilares, para além da estrutura hospitalar, reforça a ideia do cuidado no território como sendo a principal forma de cuidado.
Formatos e suportes necessários referentes à apresentação disponível através do link do google drive em formato PDF.
Breve biografia do autor Psicóloga e mestranda em psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atualmente é integrante do Núcleo Estadual da Luta Antimanicomial Libertando Subjetividades (RENILA) e pesquisadora/participante do Núcleo Lab-Eshu (Laboratório de Estudos da Sexualidade Humana) / A Coletiva Feminista (dept. Psicologia UFPE), realizando estudos no campo da Saúde Mental, Gênero e relações Étnicos-raciais, trabalhando atualmente a intersecção entre os Feminismos e a Luta Antimanicomial e a atuação na construção de Políticas Públicas de Saúde Mental. Atua principalmente nas áreas da Psicologia Histórico-Cultural, Intervenções Psicossociais, Saúde Mental e Políticas de Redução de Danos, Políticas Públicas, com estudos alinhados à perspectivas contracoloniais e relações étnico-raciais, de gênero, sexualidade e classe.
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