03/11/2023 - 08:30 - 10:00 OL7 - Potencialidades e desafios das linguagens da ESCRITAS DE MEMÓRIAS, CORDEL e POESIA para pensar o cuidado como práxis decolonizadora |
48225 - ARTE E SAÚDE NOS CICLOS DE REGENERAÇÃO DA TERRA RAIÇA BOMFIM - UFBA, SAULO MOREIRA - UFBA, TAINÁ AZEVEDO - UFBA, LARA BECK - UFBA, JÚLIA MOTA - UFBA
Processo de escolha do tema e de produção da obra A pesquisa “ATOS PARA UMA ARTE FLORESTAL: cosmopoéticas e criações artísticas em comunidades multiespécies” se desenvolve a partir do reconhecimento, da defesa e da atualização do fazer artístico como parte do trabalho de preservação, multiplicação e regeneração da vida na Terra. Essa perspectiva é alçada a partir de um olhar para comunidades, práticas e autores que percebem o fazer poético como tecnologia ancestral de produção de vida e de conexão comunitária – compreendendo aqui comunidade para além dos agrupamentos humanos. A pesquisa traça um trajeto para compreender, alimentar e realçar um modo de fazer artístico situado como parte intrínseca dos cuidados com a vida, dos ciclos ecológicos de regeneração da diversidade (biológica, subjetiva e afetiva) da Terra, e dos sistemas cosmológicos e cosmopoéticos do viver junto, do viver bem, do viver íntegro.
Objetivos Pensar e alimentar práticas de como “como produzir, no viver junto, uma vida vivíssima?”, “o que ativa em nós a potência de estarmos vivos, vivíssimos?” e “quais são as experiências que nos lançam mais e mais em direção à vida?”.
Atualizar, resgatar e recriar abordagens epistemológicas, metodológicas e experiências subjetivas que apontam para um sentido e uma vivência de saúde integral, o que inclui o sentido de encantamento, de prazer e de poesia, e põe em foco os saberes ancestrais, contemporâneos e contra-coloniais das mestras/es comunitários.
Ano e local da produção 2023, Ibicoara, Bahia
Análise crítica da obra relacionada à Saúde Coletiva e ao tema do congresso Uma coisa importante a dizer é que já não acredito mais em pesquisar sobre alguma coisa. Acredito em pesquisar com, em desenvolver saberes que transcorrem no fluxo dos encontros. Porque são os encontros – a força amorosa, libidinal e cooperativa que brota deles - que sustentam a força da vida e é deles que ressuma os saberes do bem viver. Então toda pesquisa que se volta à vida acontece nesse encontro entre pessoas, plantas, bichos, memórias, escritos, história. Acontece no encontro com os sussurros inesperados que brotam nos sonhos, esse território em que amigos de linguagens irracionais sopram seus encantos, e no encontro consigo, com suas mãos, com seus pés, com seu coração, com seu pensamento, com seus intestinos e com todos os milhares de seres que habitam cada um desses lugares que chamamos “Eu”.
Em outras palavras, essa escrita é um registro, um convite e uma prática de falar com ao invés de falar sobre. Saber é um processo criativo. A produção de saber é poesia. Saber inclui encantamento, criatividade, imaginação. É preciso imaginar mundos possíveis para si e pros outros. E mais que imaginar, é preciso realizar mundos possíveis. E essa realização é, também, fundamentalmente, poética.
Formatos e suportes necessários referentes à apresentação Microfone e caixa de som
Breve biografia do autor Raiça Bomfim move-se no campo das artes como criadora, pesquisadora e professora, de modo transdisciplinar, com ênfase nas artes do corpo e da palavra, propondo trabalhos que consubstancializam arte, ecologia e práticas ancestrais de cuidado em saúde. É doutoranda e mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia - UFBA, tecendo sua pesquisa na encruzilhada entre universidade, natureza e experiências com comunidades rurais. Lecionou como professora temporária da Escola de Teatro da mesma universidade nos anos de 2018 e 2019, com foco especial nas práticas e pesquisas vocais. Coordena o território de articulações artísticas intitulado Gameleira Artes Integradas (http://gameleiraintegra.com) e atua também como integrante do núcleo artístico do projeto transdisciplinar ECLIPSE (Keele University e UFBA). Tem seis livros lançados – “Histórias de uma terra da pedra cortada” (Editora EDUFBA, 2022 - livro em parceria com a equipe de artes do ECLIPSE e com a comunidade de Corte de Pedra), "Maré Cavala", (Editora Gris, 2020 – livro em parceria com Lucas Moreira), “10 Pontes” (2011), “O que é uma casa?” (2012) e “12Lâminas” (2013), os três pela Conspire Edições, criados em parceria com Vânia Medeiros, e “Sete saltos para se afogar” (Editora Pipoca Press e FILExpandido, 2017).
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