02/11/2023 - 08:30 - 10:00 COC3.2 - Práticas institucionais, identidade e reparação para a formação inclusiva |
46920 - INSERÇÃO PROFISSIONAL E E IDENTIDADE SANITARISTA: EXPERIÊNCIA DE GRADUADOS EM SAÚDE COLETIVA/UFMT EVERTON ROSSI - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO, RENI APARECIDA BARSAGLINI - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
Apresentação/Introdução O texto parte da experiência de egressos do Curso de Graduação em Saúde Coletiva/UFMT com objetivo de compreender a inserção profissional e a percepção sobre a identidade como sanitarista. Para tanto, nos apoiamos nas reflexões da Sociologia das Profissões, buscando no plano teórico a identificação dos sentidos de profissionalização que ancoram as ações no processo de formação e nas nuances das práticas dos sanitaristas graduados, em diferentes contextos (como processo que abarca sucessivas socializações, intrínsecas à dimensão subjetiva e vivida), com o foco de análise no processo de construção de formação e da profissionalidade vinculada ao “ser sanitarista”
Objetivos Compreender a inserção profissional e a percepção sobre a identidade como sanitarista.
Metodologia Foram realizadas entrevistas compreensivas com 12 egressos atuantes no campo da Saúde Coletiva e os dados tratados pela análise temática. Os resultados são apresentados em dois tópicos: a) os Sanitaristas e inserções no mundo do trabalho; b) Ser Sanitarista. O primeiro enfoca o perfil, as formas e a s estratégias de inserção profissional dos egressos/sanitaristas no mundo do trabalho. Percebe-se que a inserção profissional se deu por algumas vias, quais sejam: por convites, indicações, progressão/realocação nas instituições em que já atuavam (concursado ou não e com outro perfil de inserção/graduação anterior), aprovações em editais de seleção (mestrado e especialização multiprofissional) e aprovações em seletivos/concursos. Isso se expressa por vínculos em cargos comissionados, contratos temporários, estatutários (quando já eram servidores no âmbito da Saúde Pública com outro perfil profissional, haja vista que não houve concurso para o perfil de Sanitarista no estado de Mato Grosso até aquele momento); e aqueles que passaram a desenvolver pesquisas e atividades gratificadas/remuneradas por bolsas em instituições públicas de ensino. O segundo tópico aborda as percepções identitárias explorando as respostas sobre “o que é ser sanitarista?” e “você se considera Sanitarista? Por que?”
Resultados e discussão Os resultados revelam que a construção do reconhecer-se sanitarista resulta, em parte, pela intensa experiência no mundo do trabalho após a obtenção do diploma, o que significa estar atuando em instituição consolidada em relação à Saúde Pública e, especificamente, à concretização do SUS. Revela-se, assim, que a identidade se constrói não como passe de mágica de uma hora para outra (somente pelo diploma) mas, sim, processualmente onde o reconhecimento, a valorização, a confirmação de suas vivências pessoais e profissionais evidenciam e dão sustentação à possível referida construção. As percepções evidenciam, também, um componente político-social do seu papel crítico na sociedade, expressando em compromisso com o social e com os valores inerentes à prática no campo da Saúde Coletiva. Ademais, estão atrelados/afinados com a transformação da realidade social em que estão inseridos, contribuindo com a melhoria da qualidade de vida da população, norteando sua atuação pela saúde como direito fundamental do ser humano, sendo dever do Estado assegurá-la e pelo compromisso com os valores e princípios da democracia, solidariedade, justiça, emancipação, respeito à diversidade.
Conclusões/Considerações finais Esses são, certamente, atributos da identidade do sanitarista que vão ao encontro do projeto político-pedagógico dos cursos de graduação em Saúde Pública/Saúde Coletiva no Brasil e das justificativas para o seu processo de implantação. Destarte, ao levar em consideração que a identidade profissional é sempre construída e desconstruída de forma não linear e que a inserção no trabalho nunca é dada a priori, mas sim pela mobilização de forças, cabe a todos os envolvidos nesse processos se engajarem na luta por reconhecimento (pelos estudantes que estão ingressando na SC, por aqueles que já se formaram, pelos professores, pelos gestores) e todos que se definem como sujeitos em prol da melhoria da qualidade de vida da população, pelo direito à saúde, por justiça social e pelo fortalecimento do SUS, os valores e princípios da Reforma Sanitária Brasileira e de uma sociedade democrática, justa, solidária, saudável e fraterna.
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