02/11/2023 - 08:30 - 10:00 COC28.1 - Processos de (des)fascistização das políticas de saúde I |
45279 - CRÍTICA À CATEGORIA ‘POPULISMO’: LIMITES ANALÍTICOS PARA COMPREENSÃO DOS NEOCONSERVADORISMOS E NEOFASCISMOS NA CONTEMPORANEIDADE LEONARDO CARNUT - UNIFESP
Apresentação/Introdução Há uma tendência das análises das ciências sociais e humanas de corte positivista em apelar à categoria “populismo” para explicar a emergência momento político neofascista vivenciado no Brasil e no mundo. Esta tendência vem reduzindo a explicação do fenômeno fascista a suas parcialidades. Uma delas que tem sido invocada para explicar a radicalização à direita como certas formas de “nacionalismos”. Mais uma vez como um elemento separado de um todo, por exemplo, esta visão reitera que a imigração em massa, por exemplo, retirou o controle independente do poder parlamentar e econômico britânico e que a Grã-Bretanha deve se proteger nacionalmente da União Europeia visando devolver a autonomia política e a soberania ao “povo” (populismo). Devido a esse tipo de propaganda, muitos eleitores passaram a acreditar que o Reino Unido deveria ter controle rígido sobre suas fronteiras e ser governado como um estado-nação soberano (nacionalismo). Assim, a conclusão é que há um “populismo excludente” o que tem sido levantado como evidência de que segue este tipo de populismo excludente – que reivindica um nacionalismo – é contraditório, pois, ao mesmo tempo é contra as “bases democráticas desta mesma nação”. Estes tipos de “confucionismos” categoriais têm sido frequentes pois, ao preferir categorias “alagardas” como populismo, em detrimento das categorias como: neoconservadorismo e/ou neofascismo, as análises perdem muito potência explicativa
Objetivos Assim, o objetivo deste estudo é criticar o conteúdo da categoria ‘populismo’ e sua expressão material na contemporaneidade realizando uma defesa do emprego da categoria neofascismo para entender o fenômeno de avanço das “extremas-direitas” na atualidade
Metodologia Para isso, optou-se por uma análise crítico-marxista da categoria por meio de uma compilação do debate encontrado por autores contemporâneos que discutem o tema, tendo como objeto concreto a análise dos partidos políticos ingleses e sua convergência com o bolsonarismo no Brasil
Resultados e discussão A categoria foi discutida em sete seções: ‘a questão da convergência global’; ‘a questão da imigração’; ‘a ascensão do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP)’; ‘compreender o fenômeno pela “chave” do “populismo”’; ‘o discurso da “nova direita”’; ‘os problemas da categoria “populismo”’; e ‘a relação entre o UKIP e o bolsonarismo’
Conclusões/Considerações finais Nesta última seção, propomos o uso do termo ‘neofascismo’ em vez do termo populismo como forma de repensar, desde uma perspectiva derivacionista –ainda que inicial–, o debate sobre esse fenômeno na América Latina
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