Comunicação Oral Curta

02/11/2023 - 08:30 - 10:00
COC26.2 - Tornar-se mulheres e mães em contextos de situação de rua: quais os reais dilemas?

47416 - O CUIDADO EM SAÚDE SOB O OLHAR DAS MULHERES EM SITUAÇÃO DE RUA DE IMPERATRIZ-MA
CLAUDILENE SOUSA FORTALEZA - OPAS, TATIANA WARGAS DE FARIA BAPTISTA - IFF


Apresentação/Introdução
Apesar de ser algo visível a olho nu, até o momento não há estatísticas oficiais que acompanhem o número de pessoas em situação de rua no país. Mas, em especial a partir da segunda metade da década de 2000, surgiram algumas iniciativas dos movimentos sociais e poder público frente a situação de esgarçamento social e violência empregada contra a população em situação de rua. Embora o acesso aos serviços públicos de saúde seja muitas vezes difícil para qualquer cidadão, no caso dessa população há agravantes. Essas inquietações, advindas das experiências vivenciadas no dia a dia do, me motivaram a pesquisar sobre este tema, em especial, sobre as mulheres em situação de rua. A escolha pelas mulheres se dá em virtude de reconhecer que estas estão ainda mais expostas aos processos de vulnerabilização que a rua impõe, em especial a violência de gênero contra as mulheres. A condição feminina também traz particularidades, que envolvem a higiene íntima, a saúde sexual e reprodutiva e o cuidado com filhos na rua. Desse modo, o cuidado com a saúde de mulheres em situação de rua deve considerar muitos aspectos presentes em seu cotidiano na rua buscando encontrar meios de atender suas necessidades que muitas vezes não estão previstas nas políticas públicas definidas.

Objetivos
Compreender, a partir do relato das mulheres em situação de rua no município de Imperatriz - MA, questões pertinentes ao cuidado em saúde.
Localizar o que essas mulheres esperam ou demandam da saúde (equipamentos e profissionais), que necessidades se apresentam; Identificar facilidades e dificuldades no acesso aos serviços, no contato com os profissionais e no cuidado quando adoecem; Identificar as principais práticas de cuidado em saúde na perspectiva das mulheres em situação de rua; Verificar possíveis impactos da vivência na rua no cuidado em saúde das mulheres em situação de rua.

Metodologia
Optou-se pela pesquisa qualitativa em razão desta ir ao encontro com os objetivos deste trabalho, no qual, não se busca quantificar opiniões ou pessoas, mas, ao contrário, conforme aponta Gaskell (2002), explorar o espectro de opiniões, as diferentes representações sobre o assunto em questão. A área de estudo é o município de Imperatriz, localizado ao Sul do Maranhão, com população de 259.980 habitantes (IBGE 2021). Participaram do estudo 10 mulheres, por ser uma entrevista em profundidade, que estiverem em situação de rua, que sejam maiores de 18 anos e aceitarem participar da pesquisa, em diferentes faixas etárias e raça/etnia.
Critérios de Inclusão
Mulheres que estão em situação de rua
Mulheres em situação de rua maiores de 18 anos

Critérios de Exclusão
Mulheres situação de rua mas que no momento da pesquisa estejam em alguma instituição permanente (dia e noite) de tratamento.
Mulheres em situação de rua com problemas psiquiátricos em crise aguda, que impeçam de participar da pesquisa.
Utilizou-se entrevista aberta, partindo de um roteiro, buscando reconhecer suas narrativas acerca de suas histórias de vida e do cuidado que recebem e produzem. O tcle, foi adaptado a uma linguagem simoles de e de facil entendimento as mulheresm em situação de rua, foi lido e o aceite se deu de forma escrita no documento e gravada. O tempo variava de 1 hora de converda, para mais e para menos, com mais de uma conversa. As entrevistas aconteceram nos pontos mapeados preveamente de permanencia das mulheres. Os dados coletados foram analisados por meio de análise de narrativas seguindo os seguintes passos: transcrição,análise, agrupamento,

A pesquisa foi submetida e aprovada ao comitê de ética do IFF.


Resultados e discussão
Todas as mulheres entrevistadas sofreram algum tipo de violência fisíca e a maioria sofreram violência sexual. Possuem dificuldade em acessar os serviços de saúde, em virtude pre preconceito, vergonha, e muitas suportam dores físicas naturalizando ser algo inerente da vida na rua. Improvisam lugares para o banho. Usam os abrigos para banho e alimentação somente em casos extremos por "ter muitas regras". Muitas entendem que não se cuidam, entedem que o fato de estar nas ruas e usarem drogas (as que usam) já faz disso uma falta de cuidado. Porém, aprofundando melhor a conversa sobre cuidado, relatam procurar lugares seguros para dormir, gostar de determinados lugares para conversar, procuram tratamento para droga (maior parte em lugares filantropicos e ou religiosos).
Muitos relatam ter ido para rua por questões fiannceiras e estrturais da familia, como agressões entre outros.

Conclusões/Considerações finais
O cuidado em saúde precisa estar voltado para as condições reais das mulheres em situação de rua, que leve em consideração toda transversalidade do ser, mulher, na rua, negra, trans, pobre, violentada. As narrativas deste estudo pode subsidiar tantos os profissionais do serviço de saúde, quanto os gestores, visando melhorar o cuidado que inside na saúde das mulheres em situação de rua, levando em consideração o que elas mesmas apontam como suas necessidades.